Miguelinho (Exodon paradoxus)

 

Exodon paradoxus (Müller & Troschel, 1844)

Nome Popular: Miguelinho, Miguelito — Inglês: Bucktooth tetra

Ordem: Characiformes — Família: Characidae (Caracídeos)

Distribuição: América do Sul, bacia do Amazonas e Tocantins

Tamanho Adulto: 7.5 cm

Expectativa de Vida:  5 anos +

pH: 5.5 a 7.5 — Dureza: 1 a 20

Temperatura: 23°C a 28°C

Aquário Mínimo: 80 cm (comprimento) X 30 cm (largura) desejável — Ficam melhores quando mantidos em aquário densamente plantado. Este tipo de aquário promoverá muitos refúgios para que indivíduos mais fracos possam procurar se esconder e evitar investidas de seus congêneres. Substrato arenoso e raízes podem ser utilizados caracterizando seu biótopo. É uma escolha ideal para aqueles que desejam manter um grande cardume de uma espécie predatória, mas que não demanda de grande espaço como seria necessário para um cardume de piranha ou similar.

Comportamento & Compatibilidade: Seu comportamento é agressivo. São bastante ativos e possuem o hábito de mordiscar outros peixes, até mesmo predadores de porte maior, retirando suas escamas ou nadadeiras. Deve-se evitar criar em aquário comunitário, embora mantido com sucesso com alguns Loricarídeos e Caracídeos maiores como Leporinus. Se optar por criá-lo em aquário comunitário, adicione esta espécie por último. Podem associar qualquer adição de um novo peixe como adição de alimentos, incluindo os da mesma espécie.

Gregário, recomendado manter pelo menos uma dúzia de espécimes. Se mantido em grupos menores, tendem a escolher os alvos mais fracos e atacam com frequência. Em grandes cardumes raramente algum indivíduo será alvejado, exceto espécimes doentes ou insalubres que serão mortos, ainda assim poderão ocorrer perdas ocasionalmente.

Alimentação: Carnívoro. Análises intestinais de espécimes selvagens mostraram que a dieta consiste em grande parte de insetos e escamas de outros peixes. Em cativeiro não há necessidade de fornecer alimentos vivos, podendo ser fornecido alimentos congelados (filés e afins). Normalmente aceitam prontamente alimentos secos.

Observe se todos os indivíduos estão recebendo alimento suficiente para que não ocorra canibalismo entre eles.

Reprodução: Ovíparo. Macho conduzirá a fêmea liberar os ovos em meio a plantas ou substrato que serão fecundados em seguida. Eclodem em até três dias e larvas estarão nadando livremente em até 48h. Pais não exibem cuidado parental.

Dimorfismo Sexual: Machos adultos apresentam corpo em forma retilínea e tendem a possuir raios dorsais e anais finamente alongados, enquanto a fêmea possui corpo de forma roliça.

Biótopo: Encontrado normalmente próximo a margem dos rios em meio a densa vegetação.

Etimologia: Exodon (grego) exos = exterior + grego, odous = dentes. Em alusão ao seu maxilar alongado com dentes projetados.

Sinônimos: Hystricodon paradoxus, Epicyrtus exodon

Informações adicionais: Ocorre em toda Amazônia brasileira e parte do rio Branco na Guiana.

Apresenta corpo fusiforme, boca terminal com osso maxilar longo e evidente. Sua coloração é cinza amarelada com a parte superior da cabeça cinza escuro; ainda possui duas manchas negras, uma no flanco e a outra no pedúnculo caudal; nadadeiras amareladas. O gênero Exodon é atualmente monotípico, com esta única espécie tendo dentes projetados. Estes permitem rasgar as escamas de outras espécies de peixes para se alimentar.

A interação de um grande grupo é fascinante para assistir, como eles disputam entre si constantemente e como os líderes do grupo apresentam cores chamativas.

Referências:

  • Géry, J., 1977. Characoids of the world. Neptune City ; Reigate : T.F.H. [etc.]; 672 p. : ill. (chiefly col.).
  • Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  • Pereira, R., 1982. Peixes de nossa terra. Livraria Nobel, Sao Paulo, Brazil. 129 p.
  • Lucena, C.A.S., 1998. Relacões filogenéticas e definição do género Roeboides, Günther (Ostariophysi; Characiformes; Characidae). Comun. Mus. Ciênc. Tecnol. PUCRS, Sér. Zool. Porto Alegre (CMCT), 11:19-59.
  • Peixes do Maranhão: Conheça a espécie Exodon paradoxus Müller & Troschel, 1844 (Jorge L. S. Nunes)

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro de 2017
Atualização em Agosto/2018

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

3 Comentário

  1. Boa tarde, Edson!

    Gostaria de saber de que fonte retirou a informação sobre o dimorfismo sexual da espécie. Estou precisando da fonte para introduzir em um trabalho.

    Abraço,
    Ícaro Lima

     

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