Hoplosternum littorale (Hancock, 1828)
Ficha Técnica
Ordem: Siluriformes — Família: Callichthyidae (Calictídeos)
Nomes Comuns: Caborja, Tamoatá — Inglês: Atipa
Distribuição: Ocorre em praticamente toda América do Sul
Tamanho Adulto: 26 cm
Expectativa de Vida: desconhecido
Comportamento: pacífico
pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: desconhecido
Temperatura: 18°C a 28°C
Distribuição e habitat
Distribuído em quase toda a América do Sul a leste dos Andes e norte de Buenos Aires, incluindo o rio Orinoco, Trinidad, rios Costeiros das Guianas, bacia Amazônica, rio Paraguai, baixo Paraná e sistemas costeiros do Sul do Brasil (Reis, 1997); alto rio Paraná (Agostinho; Júlio Júnior; Gomes; Bini; Agostinho, 1997).
Ocorre em ambientes extremos, desde condições anóxicas a zonas de águas limitadas por vegetação densa. Relatado sua ocorrência em água ligeiramente salobra.
Descrição
Conhecido no Brasil por inúmeros nomes como Caborja, Camboatá, Curite, Tamboatá, Tamoatá e Tamuatá.
Apresenta corpo fusiforme e coloração pardacenta. Seu corpo é coberto por placas ósseas, semelhante a uma armadura. Cabeça deprimida, sendo o focinho arredondado em vista dorsal. A boca é levemente inferior. O barbilhão superior alcança a base da nadadeira peitoral, o inferior alcança a base da ventral. O opérculo é parcialmente exposto, sendo o interopérculo coberto por pele. Os ossos coracóides são expostos ventralmente. A série súpero-lateral contém 25 a 27 placas e a ínfero-lateral possui 22 a 24.
O tamoatá é uma espécie de grande importância comercial na Venezuela e nas Guianas, e é utilizada como alimento por uma grande parte das populações ribeirinhas do norte do Brasil.
Também chamado popularmente de viramorro no Vale do Paraíba – SP, este peixe de aspecto pré-histórico pode se locomover fora da água por distâncias não muito longas, utilizando-se de movimentos arqueados e da textura “de armadura medieval” de suas escamas; daí o nome viramorro.
Esta espécie apresenta respiração aérea facultativa, sendo parte do intestino médio o órgão acessório para a respiração aérea. A região do intestino onde ocorre a respiração acessória caracteriza-se por estar sempre cheia de ar, ser transparente e possuir a parede muito fina e ricamente vascularizada.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 100 cm de comprimento e 40 cm de largura desejável.
O substrato deverá ser preferencialmente arenoso e macio para evitar lesões nos barbilhões do peixe, assim como a presença de refúgios para se abrigar, uma vez que possui hábito noturno.
Comportamento
É um peixe pacífico que pode ser mantido em aquário comunitário com peixes igualmente pacíficos.
Reprodução
Ovíparo. O período reprodutivo estende-se de novembro a abril, a desova é parcelada, sazonal prolongada para a cheia. A fecundação é externa, não realizam migrações e cuidam da prole. Atingem maturidade com cerca de um ano.
Os machos constroem ninhos flutuantes na vegetação perto da costa que consistem em bolhas cobertas com material vegetal. Os ovos são liberados pela fêmea abaixo do ninho. O macho fertiliza-os e depois os leva para dentro da boca e os sopra para o ninho flutuante. Os ovos eclodem em cerca de quatro dias.
O macho protege os ovos durante a incubação e se torna muito agressivo
Dimorfismo Sexual
Os machos reprodutores desenvolvem espinhas peitorais vermelhas aumentadas com ganchos nas pontas que são usadas para defender territórios contra outros machos.
Alimentação
Onívoro. Durante a estação chuvosa, os adultos consomem uma grande quantidade de chironomideos (mosquitos) associados com detritos. Durante a estação seca, eles se alimentam principalmente de insetos terrestres, micro-crustáceos, Dipteros aquático e detritos. Absorve uma grande quantidade de bactérias anaeróbias do substrato.
Em cativeiro aceitará prontamente alimentos vivos e secos.
Etimologia: Hoplosternum; hoplon (grego) = arma + sternon (grego) = peito
Littorale; do latim littoralis = pertencente a praia
Sinônimos: Callichthys littoralis, Callichthys laevigatus, Hoplosternum laevigatum, Callichthys albidus, Callichthys subulatus, Callichthys chiquitos, Hoplosternum stevardii, Callichthys melampterus, Cataphractops melampterus, Hoplosternum schreineri, Hoplosternum littorale Hoplosternum littoralis, Hoplosternum thoracatum
Referências
- Reis, R.E., 1997. Revision of the neotropical catfish genus Hoplosternum (Ostariophysi: Siluriformes: Callichthyidae), with the description of two new genera and three new species. Ichthyol. Explor. Freshwat. 7(4):299-326.
- Albieri, R.J., M.R. Costa, A.B.I. Santos, R.C. Albieri and F.G. Araújo, 2014. Weight-length relationships of 22 fish species from the Paraíba do Sul River in Rio de Janeiro State, southeastern Brazil. J. Appl. Ichthyol. 30:431-433.
- Almeida, L.R. and J.O. Branco, 2002. Aspectos biológicos de Stellifer stellifer (Bloch) na pesca artesanal do camarão sete-barbas, Armação do Itapocoroy, Penha, Santa Catarina, Brasil. Rev. Bras. Zool. 19(2):601-610.
- da Costa, M.R., T. Moreti and F.G. Araújo, 2014. Length-weight relationships of 20 fish species in the Guandu River, Rio de Janeiro State, Southeastern Brazil. J. Appl. Ichthyol. 30:200-201.
- Mutti Pedreira, J.M., 1971. Dicionário de peixes de couro do Brasil. SUDAM, Belém, Assessoria de Programação e Coordenação Divisão de Documentação. 122 p.
- Porto, J.I.R., E. Feldberg and J.N. Falcao, 1988. Estudo citogenético comparativo no gênero Hoplosternum (Callichthyidae, Siluriformes) da Bacia Amazônica. p. 387. In Proc. XV Congresso Brasileiro de Zoologia.
- A pesca do tamoatá Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) (Siluriformes: Callichthyidae) na ilha de Marajó – Adna Almeida de Albuquerque; Ronaldo Borges Barthem
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Maio/2017
Colaboradores (collaboration): –
Olá. O Hoplosternum littorale pode vir a comer camarão fantasma? Queria inserir um no meu aquário, mas receio meu camarão fantasma ser atacado… O que faço?
Fatalmente comerá o camarão fantasma.
E se eu deixar o camarão fantasma em um nano de 15L com um betta, o betta o comerá também? Detalhe: o camarão já está bem crescido.
Atualmente meu camarão está nesse nano com lambari, mato grosso, tetra negro e guarú. Todos, junto com o Hoplosternum littorale, vão para o aquário de 128L que montarei. E o nano de 15L com plantas será uma beteira. Seria possível deixar o camarão junto ao betta? Estou sem saída para meu fantasminha…
Quanto a esses peixes que citei e outros peixes pequenos, o Hoplosternum littorale convive convive pacificamente, certo?
Qual isca devo usar para pescar o caborja?
Tente conferir esta informação em site de pesca, somos um site de aquarismo.
Eu pequei 3 com mioca.
qual o predador do tamoatá?
Olá ,gostaria de saber se ele e resistente igual o Beta ?
Olá
Meu Camboja perdeu os bigodes, gostaria de saber o pode ter ocasionado.
Aguardo o retorno
Paulo Gonçalves
Se teu aquário possuir substrato pontiagudo pode estar aí o problema.
Olá tudo bem eu tenho um quatorze Camboja queria uma ajuda como saber se e macho ou femea
Beleza Leandro, envie foto em nosso grupo no Facebook. Ficará mais fácil sexa-lo.
Posso manter um Camboja junto com kinguios o pH do aquário tá 7.0
Olá, tenho dois desses peixes no meu aquário e gostaria de saber opções, referente a esses refúgios…”assim como a presença de refúgios para se abrigar, uma vez que possui hábito noturno”. Quais as opções?
Obrigada
Refúgios são tocas feitas com troncos, raízes, rochas ou qualquer outro elemento decorativo no qual o peixe pode ficar entocado durante o período de descanso.
Quantos exemplares posso manter em um mono espécie de 100x40x40?
Um.
Ola ! Ótimo texto deu pra entender bem! Somos novos nesse lance de aquarismo, e ganhamos um desse e um Betta , posso deixá-los juntos ? Só temos esses dois
Se o aquário for grande o suficiente para comportá-los não vejo problemas.
Esse peixe é uma praga bem pior que bagre africano. carne de porco sabor tamanho pequeno consegue acabar com qualquer represa. não tem predador
Posso criar deste com um oscar ?
Pode!
Posso ter 1 no aquario de 100lts?
Meu aquario é carpete de 200 litros sera que posso telo como peixe de fundo ja que meus peixes são de cardume ?
Depende da espécie, se for o Tamoatá por exemplo não recomendo.
Pq o meu está com a barriga muito inchada e só fica no fundo do aquário e tbem ele está mais lento por causa do seu tamanho
Ele e carnívoro, posso deixar junto com peixe que não e carnivoro
Se forem peixes de mesmo porte sem problema.
Comprei alguns para colocar em meu aquário. O que posso dar de alimento para eles?
Rações para peixes de fundo, minhocas. Aceitam praticamente de tudo.
Vlw pela dica!
Fui pescar e pesquei um desse. Não é comum aqui no Rio que pesco. 17 anos e nunca peguei um desse. Trouxe pra casa junto de outros. So que ele permaneceu vivo. Isso em um segunda. Coloquei ele em uma vasilha com água e ele está vivo até hj. Ele pode ser criado assim sem aparelho de oxigênio? Agora estou com dó de matar. Será que ele irá viver por mais quanto tempo assim?
São resistentes, mas existem limites. Ideal é montar um aquário com sistema de filtragem. Ou na melhor das hipóteses devolver no local onde o pescou.
O peixe Camboja pode ser criado em lago com carpas ? Aguentam até quantos graus no frio?
Tranquilamente. A temperatura está expressa no artigo, só conferir.
Existe algum risco dele devorar qualquer tipo de poecilideo vivo? Dei uma pesquisada até em arquivos cientificos e o máximo que encontrei é que ele pode devorar carcaças mas encontrei nada a respeito dele se alimentar deles vivos.
Normalmente são de boa, mas se vacilar na frente vira alimento.
Imaginei isso, muito obrigado, estou tentando planejar um aquario de agua levemente salobra, com poecilideos como os moradores principais, estava procurando por peixes de fundo para esse tipo de agua mas estou com dificuldade em encontrar. Você teria alguma sugestão de qual especie eu poderia colocar? (Fora crustaceos, caramujos, e o goby abelhinha)
Peixe Cachimbo, Linguado (predador), Fat sleeper, Jordani (grande predador), Goby Violeta, Acará camaleão, Jordanella, Ciclídeo Mexirica. Note que nem todos são compatíveis entre si, além dos sugeridos por você.
Hoje um caborja / tamboata morreu no lago, os demais peixes estão bem, coloquei 04 deles dia 16/10, parâmetros da água tudo ok, será que é falta de comida de fundo ?
Esse peixe tem escama ou casca ?
Fiquei confusa.
Nem um nem outro, é um peixe de “couro”.
Boa noite. Como funciona a audição, visão e o paladar do tamoatá?
Boa tarde! Sobre o dimorfismo, esse espinho peitoral aparece só durante o período reprodutivo ou ele fica lá o tempo todo? O meu não tem esse espinho, acredito que seja fêmea mas tenho está dúvida. Grato!
Apenas em fase de reprodução
Como posso tar sabendo o sexo do meu caborja não sei diferenciar se é fêmea ou macho
OLhe por cima! Fêmeas são maiores e mais roliças na região ventral.