Periophthalmus barbarus (Linnaeus, 1766)
Nome Popular: Mudskipper Atlântico — Inglês: Atlantic mudskipper, Mud-hopper
Ordem: Perciformes — Família: Gobiidae (Gobídeos)
Distribuição: Bastante ampla, ocorre na África, Ásia e Oceania.
Tamanho Adulto: 15 cm
Expectativa de Vida: desconhecido
pH: 7.0 a 8.5 — Dureza: 10 a 25
Temperatura: 24°C a 30°C
Aquário Mínimo: 100 cm X 40 cm X 50 cm (200 L) desejável — Aquário deverá possuir uma área seca (areia ou rochas empilhadas) e outra com água, podendo adicionar troncos ou rochas que ultrapassem a superfície da água e plantas tolerantes a água salobra como Rhizophora e Microsorum. Importante a temperatura externa (área seca) ser a mesma da água, devendo ser evitado mantê-lo em temperatura abaixo de 24°C. O aquário deve estar bem tapado para que a umidade do ar se mantenha elevada e a pele dos animais não seque, além de evitar fugas.
Esta espécie vive essencialmente em água salobra quando ocorrente em seu ambiente natural e embora tolere água doce, deverá ser mantido em condições de água salobra, utilize sal marinho para tanto. Uma densidade entre 1005 e 1010 é ideal.
Comportamento & Compatibilidade: Não devem ser mantidos com peixes de pequeno porte ou agressivos, companheiros ideais são peixes de água salobra de médio porte e pacíficos. Machos são extremamente territoriais entre si podendo eliminar seu rival se o aquário for de pequeno porte. Deve-se criá-lo preferencialmente sozinho, se o aquário possuir bastante espaço poderá mantê-los em grupos de cinco ou mais indivíduos, uma vez que as agressões por território serão dissipadas.
São peixes curiosos que podem ser facilmente treinados a subir na mão para se alimentar.
Alimentação: Onívoro (essencialmente carnívoro), em seu ambiente natural se alimenta principalmente de artrópodes (insetos, caranguejos, etc) e secundariamente plantas de mangue como Avicennia nitida.
Em aquário poderá demorar para aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos como grilos, moscas, minhocas, besouros, peixes pequenos, bloodworms e artêmias. Eventualmente poderá aceitar filés de peixes e camarões congelados, porém, fornecer aliado aos alimentos vivos.
Reprodução: Ovíparo. Sua reprodução em cativeiro é desconhecida. Em seu ambiente natural os machos cavam ninhos profundos (até 100 cm) onde o ritual de acasalamento e desova ocorre. Fêmeas cuidam dos ovos até eclodirem.
Dimorfismo Sexual: Os machos são geralmente maiores e apresentam nadadeiras mais coloridas em época de reprodução. Pode-se ser sexados examinando as papilas genitais ou observando o seu comportamento, machos são visivelmente mais agressivos e territoriais do que as fêmeas.
Biótopo: Ocorre principalmente em estuários (manguezais), onde vive em lamaçal próximo a água. Alguns indivíduos migram temporariamente para determinados locais para se reproduzirem ou se alimentar durante a maré alta, permanecendo durante algum tempo aguardando até que a maré volte a ficar alta, quando então retornam para suas tocas.
Etimologia: texto
Sinônimos: Periophthalmus erythronemus, Periophthalmus gabonicus, Periophthalmus koelreuteri papilio, Periophthalmus papilio, Gobius koelreuteri, Gobius barbarus
Informações adicionais:
Olhos salientes e focinho profundo. Duas nadadeiras dorsais separadas, a primeira alta com 11 espinhos flexíveis e a segunda mais baixa, nadadeiras peitorais apresentam um lobo muscular longo, nadadeiras pélvicas unidas através de sua base e nadadeira caudal com raios inferiores curtos e robustos. Sua cor base é marrom com ventre mais claro, nadadeira dorsal apresenta uma ampla faixa escura longitudinal distal.
Encontrado em águas tropicais, possui a capacidade de andar sobre a lama utilizando suas nadadeiras peitorais. São capazes de nadar, bem como ser capaz de alimentar e defender o território em terra. Seu nome popular é em alusão a capacidade de “pular” ou “saltar” quando está em terra, possuindo uma mobilidade notória. São respiradores cutâneos , absorvendo oxigênio através de sua pele e mucosa. Desde a sua capacidade de absorver o oxigênio é facilitada através da umidade, eles são muitas vezes obrigados a permanecer dentro dos limites de terrenos úmidos ou molhados.
Comumente são encontrados semi enterrados na lama com apenas os olhos para fora ou descansando sobre rochas, raízes ou areia, retornando para a água apenas para se molhar ou quando incomodados.
Sua distinção das demais espécies do gênero Periophthalmus é um tanto difícil, porém, ao lado do Mudskipper indiano (Periophtalmus septemradiatus) são os dois mais comuns encontrados no aquarismo. Devido sua capacidade anfíbia, é um dos peixes mais interessantes e cativantes a ser mantido em aquário. Seus olhos podem enxergar num raio de 360°.
Machos ao atingirem a maturidade sexual são bastante territorialistas entre si. Um comportamento comum é assinalar para outro macho invasor erguendo suas nadadeiras dorsais ou realçando sua coloração servindo como um alerta para que o invasor se retire de seu território. Se o mesmo não se retirar, o peixe dominante recorrerá a violência física saltando sobre o invasor e tentando mordê-lo ferozmente podendo causar danos graves.
Desenvolveram diversos métodos de locomoção por terra conhecido como “Crutching,” quando as nadadeiras peitorais utilizadas para locomover o peixe longo do terreno, ou quando curvam a cauda para o lado impulsionando o animal (saltando), sendo utilizada como um verdadeiro trampolim para pular.
Estudos científicos demonstram que as brânquias deste animal são mais eficientes respirando ar atmosférico do que aquático em termos de fisiologia. Ao sair da água ele fecha seu opérculo e rapidamente enche a câmara atrás das guelras, funcionando como um reservatório de oxigênio e água que são utilizados para sua respiração quando está em terra. Este reservatório pode ser reabastecido de oxigênio quando o peixe rola seus olhos. Outra adaptação para sua respiração ocorre através de membranas altamente vascularizadas encontradas na parte de trás de sua garganta e boca.
Tais adaptações indicam ser uma espécie bastante resistente e fácil de manter em cativeiro, desde que suas necessidades sejam atendidas.
Referências:
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- Harrison, I.J. and P.J. Miller, 1992. Gobiidae. p. 798-821. In C. Levêque, D. Paugy, and G.G. Teugels (eds.) Faune des poissons d’eaux douces et saumâtres d’Afrique de l’Ouest Tome 2. Coll. Faune Tropicale n° 28. Musée Royal de l’Afrique Centrale, Tervuren, Belgique and O.R.S.T.O.M., Paris, France
- Afonso, P., F.M. Porteiro, R.S. Santos, J.P. Barreiros, J. Worms and P. Wirtz, 1999. Coastal marine fishes of São Tomé Island (Gulf of Guinea). Arquipélago
- Bianchi, G., 1986. Fichas FAO de identifacao de espécies para propósitos comerciais. Guia de campo para as espécies comerciais marinhas e de águas salobras de Angola. Preparado com o apoio da NORAD e da FAO (FIRM) Programa Regular, FAO, Rome.
- Blaber, S.J.M., J.W. Young and M.C. Dunning, 1985. Community structure and zoogeographic affinities of the coastal fishes of the Dampier region of north-western Australia. Aust. J. Mar. Freshwat. Res.
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- Periophthalmus barbarus (Linnaeus, 1766) – seriouslyfish.com
- Turay, I., J.M. Vakily, M.L.D. Palomares and D. Pauly, 2006. Growth, reproduction and food of the mudskipper, Periophthalmus barbarus on mudflats of Freetown, Sierra Leone. p. 49-54. In M.L.D. Palomares, K.I. Stergiou and D. Paluly (eds.) Fishes in databases and ecosystems. Fisheries Centre Research Reports 14(4). Fisheries Centre, University of British Columbia.
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Julho/2014
Atualizado em Novembro/2018
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