Arco-íris Boesemani (Melanotaenia boesemani)

 

melanotaenia-boesemani

Melanotaenia boesemani (Allen & Cross, 1980)

Nome Popular: Peixe Arco-íris Boesemani — Inglês: Boseman’s Rainbow Fish

Família: Melanotaeniidae (Melanotaenídeos)

Origem: Ásia. Endêmico do lago Ayamaru em Irian Jaya, Indonésia

Tamanho Adulto: 11 cm (comum: 8 cm)

Expectativa de Vida: 5 anos +

Temperamento: Pacífico

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 L)

Temperatura: 26°C a 30°C

pH: 7.0 a 8.0 – Dureza: 9 a 19

Visão Geral

melanotaenia-boesemani2

Sua distribuição natural é bastante restrita, a partir de uma área de três lagos conhecidos como Ajamaru, Hain e Aitinjona, estes dois últimos menores, na remota Península Vogelkop de Irian Jaya. Ocorre normalmente em águas rasas e claras em meio a densa vegetação aquática. Os lagos são caracterizados pela sua água dura e pH alcalino (pH 8,0 a 9,0), embora também possam ser encontrados em alguns afluentes circundantes que apresentam a química da água totalmente oposta com dureza moderada e pH ácido (6,0 a 6,5).

Os lagos se localizam em região montanhosa e quente da península Vogelkop, junto às cabeceiras do rio Ajamaru. Nos meses mais úmidos (abril e junho), o lago pode subir até 5 metros do seu nível habitual da estação seca. Variando a localidade e época do ano, os parâmetros da água podem mudar bastante. Segundo Vries (1962) os lagos e riachos apresentam pH variando de 6,4 a 7,8 e temperatura média de 26° a 27°C, enquanto Heiko Bleher relatou condições opostas com pH próximo de 9,0, dureza 5 ° dGH e condutividade 145 mS. Quando Marinus Boeseman coletou seus espécimes, ele relatou um pH de 6,4-6,5.

Possui notável semelhança com M. ajamaruensis, porém este último apresenta corpo mais fino e a primeira nadadeira dorsal se encontra posicionada mais a frente (próximo a metade do olho) comparado com M. boesemani.

É de longe o peixe arco-íris mais popular no aquarismo e grande parte dos espécimes encontrados nas lojas são provenientes de criatórios oriundos do Extremo Oriente e Europa Oriental. A medida que amadurecem vão apresentando coloração cada vez mais chamativa, normalmente a partir dos doze meses de idade, sendo uma das espécies mas atraentes disponível no mercado.

M. boesemani é raro na natureza e está na lista vermelha da IUCN como criticamente ameaçado de extinção. Infelizmente esta é uma das poucas espécies o qual o mercado de aquarismo foi prejudicial para sua conservação, com estimativa de um milhão de peixes coletados por ano para o abastecimento do mercado e para fornecimento a criadores.

Aquário & Comportamento

Prefere aquário plantado com vegetação densa e áreas abertas para natação. São peixes que devem ser mantidos em grupos de pelo menos seis indivíduos, quanto maior o cardume mais natural o seu comportamento e realce das cores.

São peixes de comportamento pacífico que passam a maior parte do tempo disputando território ou a atenção das fêmeas, os machos se enfrentam e exibem suas nadadeiras e cores no máximo esplendor possível.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo, são disseminadores livres. A fêmea libera seus ovos na água, próximo a folhas ou rochas, e o macho nada em volta fertilizando-os. Os ovos eclodem em 7 a 12 dias quando mantidos em temperatura mais alta e após alguns dias da eclosão os alevinos já consumiram o conteúdo do saco vitelino e começam a nadar. Não ocorre o cuidado parental entre os peixes desta espécie.

Apresentam dimorfismo sexual evidente. Machos são maiores e apresentam coloração mais intensa, além dos raios da nadadeira dorsal serem mais alongados. Fêmeas apresentam uma ampla faixa escura médio-lateral acompanhada por uma série de listras longitudinais amarelas ou laranja-avermelhado estreitas correspondentes que podem escurecer ou clarear de acordo com seu humor. Fêmeas maduras muitas vezes mostram coloração semelhante à machos subordinados, mas geralmente são facilmente identificados por serem menores e as bordas das nadadeiras arredondadas. 

Alimentação

Onívoro. Em cativeiro aceitará prontamente alimentos secos e vivos. Alimentos vivos e congelados ajudam a acentuar sua coloração.

EtimologiaMelanotaenia; melan – anos (grego) = preto + taenia (latim) = listra. boesemani (latim), em homenagem ao seu coletor e descobridor Dr. Marinus Boeseman.

Referências

  1. Allen, G.R., 1991. Field guide to the freshwater fishes of New Guinea. Publication, no. 9. 268 p. Christensen Research Institute, Madang, Papua New Guinea.
  2. ASAP, Aquarium Science Association of the Philippines, 1996. Aquarium species in the Philippines. ASAP Aquarist Database Report. 9 p. Quezon City, Philippines.
  3. Hilton-Taylor, C., 2000. 2000 IUCN red list of threatened species. IUCN, Gland, Switzerland and Cambridge, UK. xviii + 61 p.
  4. Humphrey, C, D.W. Klumpp and R. Pearson, 2003. Early development and growth of the eastern rainbowfish, Melanotaenia splendida splendida (Peters). I. Morphogenesis and ontogeny. Mar. Freshwat. Res. 54:17-25.
  5. Home of The Rainbowfish – National Library of Australia 

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Setembro/2016
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 880 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

6 Comentário

  1. Se eu colocar este 01 exemplar deste peixes com uns 6 Melanotaenia proecox ele fica junto no cardume ou precisa de 6 somente desta espécie?

     

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*