Peixe Sapo Amazônico (Thalassophryne amazonica)

 
Thalassophryne amazonica (Steindachner, 1876)

Ficha Técnica

Ordem: Batrachoidiformes — Família: Batrachoididae (Batracoidídeos)

Nomes Comuns: Peixe Sapo Amazônico — Inglês: Prehistoric Monster Fish, Amazon toadfish

Distribuição: América do Sul, restrito ao rio Amazonas e seus afluentes

Tamanho Adulto: 15 cm (comum: 9 cm)

Expectativa de Vida: 8 a 15 anos

Comportamento: pacífico, predador

pH: 6.0 a 7.6 — Dureza: 4 a 15

Temperatura: 24°C a 28°C

Distribuição e habitat

Distribuído no rio Amazonas e seus afluentes no Equador, Peru e Brasil. Foram coletados exemplares nos rios Conambo, Shiona, Ataya e Corriantes.

Ocorre em partes arenosas de rios onde costuma se enterrar.

Descrição

Entre todos representantes do gênero Thalassophryne, somente esta espécie ocorre em águas continentais. As demais espécies são encontradas em água salobra ou marinha, ao longo da costa atlântica ocidental na América Central e do Sul.

Pertence a família Batrachoididae, sua semelhança com sapos é o que lhes deu seu nome, dos quais a maioria das espécies desta família são exclusivamente espécies marinhas. Todos são predadores de emboscada e exibem características comuns como a cabeça larga e uma coloração parda.

Podem fazer um som característico com sua bexiga natatória. A maioria das espécies de peixe-sapo não possuem escamas. Eles têm a cabeça grande, com uma grande boca e os olhos são de inserção alta. As nadadeiras pélvicas estão à frente das nadadeiras peitorais, e geralmente estão localizados nas brânquias. Linha lateral proeminente ausente na cabeça e no corpo, com apenas alguns poros espalhados na cabeça e pelo corpo.

Dentro desta família apenas T. amazonica e Daector quadrizonatus são conhecidos por habitar ambientes de água doce. Ambos são provenientes do norte da América do Sul, mas podem ser facilmente distinguidos. D. quadrizonatus  possui as nadadeiras dorsal, anal e caudal separadas, enquanto T. amazonica são confluentes (conectados ou unidos).

As espécies do gênero Thalassophryne são venenosas, possuindo um espinho oco em cada opérculo e dois na nadadeira dorsal. Estes estão ligados a glândulas produtoras de veneno na sua base e quando exercido pressão sobre os espinhos, faz com que o veneno seja bombeado para fora. Felizmente o veneno não é muito potente, mas o suficiente para causar uma ferida dolorosa.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Possui hábito inteiramente sedentário, não exigindo aquário muito grande. Passa a maior parte de seu tempo escondido enterrado no substrato, o que significa que deverá usar uma camada profunda de areia macia. Outro tipo de decoração é opcional, podendo ser utilizado raízes ou rochas. Plantas que fiquem fixadas em objetos ou de superfície podem ser utilizadas. Plantas enraizadas no substrato possivelmente serão desplantadas devido o hábito de escavar do peixe.

Iluminação deverá ser moderada, esta espécie não aprecia aquário com excesso de iluminação.

Ao contrário de outros peixes-sapo que vivem em água salobra ou marinha, esta espécie vive exclusivamente em água doce. Desta forma não existe a necessidade de adicionar sal na água.

Comportamento

Embora apresente comportamento pacífico, será adequado mantê-lo em aquário mono espécie. Peixes de dimensões próximas à dele poderão ser devorados, enquanto peixe maiores facilmente irá superá-lo na concorrência por alimentos.

Pode ser mantido com outros da mesma espécie, desde que o aquário seja grande o suficiente para comportá-los.

Reprodução

Ovíparo, sua reprodução é desconhecida. Supõe-se que sua reprodução seja similar a outros membros da família. Durante a época de acasalamento, o macho produz sons para chamar a atenção da fêmea. A fêmea depositará seus ovos em um ninho e os deixa imediatamente. O macho, então, fertiliza os ovos e os protege. Os ovos são relativamente grandes, desde o início e eclodem aproximadamente de quinze a vinte dias. Os alevinos consumirão o saco vitelínico e passarão a nadar livremente ainda sob supervisão do macho.

Dimorfismo Sexual

Aparentemente, as fêmeas são maiores do que os machos quando adultos.

Alimentação

Essencialmente piscívoro. Em seu ambiente natural se alimenta basicamente de peixes.

Em aquário dificilmente aceitará alimentos secos ou congelados. Costuma aceitar somente alimentos vivos, razão pelo qual deverá ser fornecido peixes vivos ou alimentos alternativos como minhocas e camarões vivos.

Seu método de caça é bastante interessante, sendo a principal razão pela qual aquaristas costumam criá-lo em aquário. Ele esconde se enterrando no substrato, deixando somente os olhos visíveis. Quando um peixe de tamanho adequado se aproxima, ele nada para cima numa velocidade incrível mordendo e engolindo sua presa com sua boca grande e espaçosa. No aquário possivelmente será a única vez que irá ver ele se mover.

Etimologia: Thalassophryne; Grego, thalassa = o mar + grego, phryne = sapo. Amazonica; em referência ao seu local de origem.

Sinônimos: Não possui

Referências

  1. Collette, B.B., 1966. A review of the venomous toadfishes, subfamily Thalassophryninae. Copeia 1966(4):846-864.
  2. Greenfield, D.W., R. Winterbottom and B.B. Collette, 2008. Review of the toadfish genera (Teleostei: Batrachoididae). Proc. Calif. Acad. Sci. (Series 4), 59(15):665-710.
  3. Smith, W.L. and W.C. Wheeler, 2006. Venom evolution widespread in fishes: a phylogenetic rode map for the bioprospecting of piscine venoms. J. Hered. 97(3):206-217.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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