Peixe Lápis Peruano (Nannostomus rubrocaudatus)

 
Nannostomus rubrocaudatus (Zarske, 2009)

Ficha Técnica

Ordem: Characiformes — Família: Lebiasinidae (Lebiasinídeos)

Nomes Comuns: Peixe Lápis Peruano — Inglês: Roxo pencilfish

Distribuição: América do Sul, bacia Amazônica

Tamanho Adulto: 3 cm

Expectativa de Vida: 3 anos +

Comportamento: pacífico, gregário

pH: 4.0 a 7.0 — Dureza: 18 a 90 ppm

Temperatura: 24°C a 28°C

Distribuição e habitat

Sua distribuição não é confirmada oficialmente. A partir de uma expedição comercial, uma empresa exportadora de peixes ornamentais coletou espécimes e os enviou para a Alemanha. Segundo esta empresa, os espécimes foram coletados nas margens do rio Marañón (alto do rio Amazonas) entre os rios Morona e Santiago, no Peru.

Seu habitat também não é confirmado, seus congêneres associados habitam ambiente lêntico, pequenos rios e áreas pantanosas, principalmente em áreas com densa vegetação aquática ou em meio a raízes submersas e folhas no substrato.

Dada a localização fornecida, este tipo de ambiente é incomum nas altitudes mais elevadas.

Descrição

Antes de sua descrição oficial, era comercializado com os nomes Nannostomus sp. ‘purple’, N. cf. marginatus ‘red pencil II’, e N. sp. ‘coral red II’.

Similar a Nannostomus mortenthaleriN. marginatus, existem inúmeras chaves de identificação que distingue tais espécies, porém o padrão de cor talvez seja a maneira mais fácil de identificá-los.

N. marginatus é imediatamente distinguido dos outros dois pelo fato de não possuir pigmentação vermelha no corpo em espécimes machos, mas N. mortenthaleri e N. rubrocaudatus são facilmente confundidos.

Os machos de N. rubrocaudatus podem ser distinguidos de N. mortenthaleri pelo fato de que a pigmentação vermelha na metade traseira do corpo é púrpura e mais uniforme do que em N. mortenthaleri. Em época não reprodutiva, apenas exibe coloração vermelha primária e listras laterais secundárias.

Em N. rubrocaudatus a porção anterior da nadadeira dorsal é vermelha e a porção distal é hialina, as nadadeiras ventrais são avermelhadas proximalmente, hialinas distalmente, enquanto que em N. mortenthaleri apresenta uma mancha branca na base anterior da nadadeira dorsal e a parte distal da nadadeira é vermelha, as nadadeiras ventral e anal são mais ou menos inteiramente vermelhas.

Nas fêmeas de N. rubrocaudatus o espaço entre as faixas laterais primárias e secundárias é prateado com uma faixa avermelhada abaixo da faixa escura primária, localizado na parte posterior do corpo e um pequeno remendo vermelho entre as faixas primária e terciária anterior à nadadeira anal, enquanto Em N. mortenthaleri toda a área entre listras primárias e secundárias é avermelhada.

Nos machos, as nadadeiras ventral e anal são vermelhas proximalmente e hialinas distalmente em N. rubrocaudatus , mais ou menos uniformemente avermelhadas em N. mortenthaleri.

A família Lebiasinidae está inclusa na ordem Characiformes e muitas vezes dividida nas subfamílias nominais Lebiasininae e Pyrrhulininae, embora não tenha havido uma revisão importante destes grupos nos últimos anos.

Todos os gêneros lebiasinídeos possuem uma forma corporal relativamente alongada com 17-33 escalas na série lateral e sistema de canal laterosensorial ausente ou reduzido a 7 escalas ou menos. Algumas espécies apresentam nadadeira adiposa enquanto outras não, e a nadadeira anal tem uma base relativamente curta de 13 escalas ou menos.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30  cm de largura desejável.

Deve ser mantido preferencialmente em aquário plantado. Sistema de filtragem deverá ser eficiente sem causar forte fluxo na água, algo pouco apreciado pela espécie.

Apreciado por aquarista nomeadamente por sua tendência a viver em grupos e pelo hábito de nadar com o corpo orientado para cima.

Comportamento

Relativamente pacífico podendo ser mantido em aquário comunitário com peixes igualmente pacíficos e de pequeno porte.

De comportamento gregário, deverá ser mantido em pelo menos dez espécimes ou mais. Machos tendem a ser agressivos com outros machos, razão pela qual quanto maior o grupo melhor. Desta forma qualquer agressão será espalhada entre todos os indivíduos e não somente sobre os mais fracos.

Reprodução

Ovíparo. São considerados disseminadores livres, ou seja, fêmea libera os ovos livremente entre folhas que serão fecundados pelo macho em seguida. Larvas eclodem em até dois dias e estarão nadando livremente em até seis dias. Não ocorre o cuidado parental.

Dimorfismo Sexual

Os machos adultos são visivelmente menos acinzentados e muito mais coloridos que as fêmeas, além de possuírem a nadadeira anal modificada com o terceiro a sexto raio mais grosso.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural de alimenta de vermes, crustáceos e insetos.

Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

Etimologia: Nannostomusnannus (latim) = pequeno + stoma (grego) = boca. Em referência a pequena boca das espécies.

Rubrocaudatus; rubra (latim) que significa ‘vermelho’ e caudatus que significa ‘cauda’, em referência ao padrão da cor vermelha em machos adultos.

Sinônimos: não possui.

Referências

  1. Zarske, A., 2009. Nannostomus rubrocaudatus sp. N.- ein neuer Ziersalmler aus Peru (Teleostei: Characiformes: Lebiasinidae). Vertebr. Zool. 59(1):11-23.
  2. Calcagnotto, D., SA Schaefer, and R. DeSalle, 2005 – Molecular Phylogenetics and Evolution 36(1): 135-153
    Relationships among characiform fishes inferred from analysis of nuclear and mitochondrial gene sequences.
  3. Oliveira, CA, GS Avellino, KT Abe, TC Mariguela, RC Benine, G. Orti, RP Vari, and RM Corrêa e Castro, 2011 – BMC Evolutionary Biology 11(1): 275-300 – Phylogenetic relationships within the speciose family Characidae (Teleostei: Ostariophysi: Characiformes) based on multilocus analysis and extensive ingroup sampling.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Fevereiro/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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