Sphaerichthys osphromenoides (Canestrini, 1860)
Ficha Técnica
Ordem: Anabantiformes — Família: Osphronemidae
Nomes Comuns: Gourami Chocolate — Inglês: Chocolate gourami
Distribuição: Ásia, Indonésia e Malásia
Tamanho Adulto: 6 cm
Expectativa de Vida: 3 a 5 anos
Comportamento: Pacífico
pH: 4.0 a 6.0 — Dureza: < 4
Temperatura: 24°C a 30°C
Distribuição e habitat
Nativo de grande parte da Malásia, Sumatra e Bornéu. Algumas populações exibem diferenças na coloração, particularmente nas nadadeiras que podem parecer mais azuladas ou avermelhadas.
Ocorrem principalmente em águas negras, embora também sejam encontrados em águas claras.
No primeiro habitat a água é tipicamente manchada de marrom escuro por ácidos húmicos e produtos liberados por material orgânico em decomposição. Isso resulta em um conteúdo mineral insignificante e dissolvido, onde o pH pode chegar entre 3.0 e 4.0 . Normalmente o substrato é composto por raízes e folhas em decomposição.
O habitat de águas claras são semelhantes em termos da química da água, porém em muitos casos a vegetação aquática cresce profusamente e muitas vezes inclui representantes de gêneros como Cryptocoryne , Blyxa , Barclaya , Eleocharis , Utricularia e Lymnophila.
Descrição
O gênero Sphaerichthys atualmente compreende quatro espécies com S. osphromenoides, de longe a mais conhecidas no hobby. É facilmente distinta de seus congêneres S. vaillanti e S. acrostoma, uma vez que ambos exibem um perfil de cabeça e corpo notavelmente mais alongado, dimorfismo sexual reverso (as fêmeas são mais coloridas / fortemente alinhadas do que os machos).
S. selatanensis é mais semelhante e foi originalmente descrito como uma subespécie por Vierke (1979), embora tenha sido considerada uma espécie desde o final dos anos 80. Os dois diferem no número de raios da nadadeira dorsal (9-10 em S. osphromenoides vs. 7 em S. selatanensis), raios da nadadeira anal (8 vs. 7), o olho é relativamente menor em S. osphromenoides.
Embora o padrão de cores seja similar, S. selatanensis possui uma barra adicional orientada verticalmente em cada flanco, originando-se anteriormente à dorsal e terminando posteriormente junto a nadadeira ventral. Em S. osphronemoides esta barra está ausente ou reduzida a um pequeno ponto anterior à dorsal.
Pode respirar oxigênio atmosférico através de seu órgão acessório conhecido como labirinto. Este órgão é formado por uma modificação no primeiro arco branquial, altamente vascularizado e ricamente irrigado por vasos sanguíneos, que faz com que o ar passe bem próximo da corrente sanguínea, proporcionando a troca de oxigênio com o sangue por meio de difusão. A estrutura do órgão varia de complexidade entre as espécies, tendendo a ser mais desenvolvido em espécimes que habitam ambiente privado de oxigênio.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.
A decoração do aquário é um tanto indiferente, desde que contenha áreas de refúgio e sombria para abrigar a espécie. Se quer simular seu biótopo utilize substrato arenoso e macio, raízes e folhas secas.
Esta espécie parece ficar mais a vontade sob iluminação fraca e espécies de plantas de gêneros como Microsorum, Taxiphyllum, Cryptocoryne e Anubias são recomendadas, uma vez que irão crescer sob tais condições.
Apreciam aquário densamente plantado.
Comportamento
Espécie extremamente pacífica que deve ser mantido com peixes igualmente pacíficos e de mesmo porte. Evite inserir com espécies muito grandes ou agitadas, uma vez que pode ser facilmente intimidada ou não poder competir por alimentos.
Embora não seja considerado uma espécie gregária, seu comportamento parece ficar menos tímido quando mantido em grupo de pelo menos cinco indivíduos. Os grupos desenvolvem hierarquias perceptíveis e muitas vezes você verá indivíduos dominantes incomodando seus rivais na hora da alimentação ou quando ocupam seu lugar favorito, mas sem nenhum dano físico preocupante.
Reprodução
Ovíparo. Historicamente tem ocorrido confusão no método reprodutivo da espécie, sendo indicado erroneamente similar a outros Osphronemidos. S. selatanensis são os únicos Anabantoides o qual a fêmea cuida dos ovos os mantendo em sua boca (incubadora bucal).
O ritual de acasalamento é similar a outros Anabantoides com o macho envolvendo a fêmea numa espécie de abraço nupcial. O processo de desova pode levar várias horas com os ovos postos e fertilizados no substrato e a fêmea os coletando diretamente na boca. A área circundante é defendida por ambos os peixes. Normalmente é liberado cerca de 10 a 40 ovos.
A fêmea manterá os ovos em sua boca entre 14 a 20 dias, onde os alevinos eclodem e nadam livremente após este período. Neste período a fêmea se alimentará muito pouco e após os alevinos estarem liberados de sua boca ela diminuirá consideravelmente o interesse por ele.
Dimorfismo Sexual
Os machos adultos exibem um perfil da mandíbula inferior uniformemente reto e uma forma geral da cabeça mais pontiaguda do que as fêmeas, em que a mandíbula é levemente arredondada devido à presença de pele distensível que é expandida durante a época de reprodução (vide incubação bucal).
Outras características comum nos machos desta família, incluindo as nadadeiras mais longas e pontiagudas ou cores mais intensas, podem não ser aplicadas nesta espécie devido a relação e a variância geográfica, ou seja, localidade de coleta, mas isso ainda não está confirmado cientificamente.
Alimentação
Carnívoro. É um micropredador que se alimenta naturalmente de pequenos crustáceos aquáticos, vermes, larvas de insetos e outros zooplânctons.
Em aquário pode não aceitar alimentos secos inicialmente, porém pode-se condicioná-los a aceitar com o tempo. De qualquer forma, deve ser oferecido regularmente alimentos vivos ou congelados como náuplios de Artêmia, Daphnia, verme de grindal , micro vermes, etc.
Etimologia: Sphaerichthys, do grego, sphaira = bola + grego, ichthys = peixe
Sinônimos: Sphaerichthys osphromenoides osphromenoides
Referências
- Chung, D.S.L., P.K.L. Ng and D.H. Murphy, 1994. Preliminary studies of the feeding ecology of blackwater Belontiidae of North Selangor, Peninsular Malaysia. p. 76-86. Proc. 4th Indo-Pacific Fish Con. Bangkok, Thailand. Systematics and Evolution of Indo-Pacific Fishes. Faculty of Fisheries, Kasetart University.
- Kottelat, M., A.J. Whitten, S.N. Kartikasari and S. Wirjoatmodjo, 1993. Freshwater fishes of Western Indonesia and Sulawesi. Periplus Editions, Hong Kong.
- Mohsin, A.K.M. and M.A. Ambak, 1983. Freshwater fishes of Peninsular Malaysia. Penerbit Universiti Pertanian Malaysia, Malaysia.
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Maio/2018
Colaboradores (collaboration): –
Faça um comentário