Mudskipper Azul Manchado (Boleophthalmus boddarti)

 

Boleophthalmus boddarti (Pallas, 1770)

Fêmea de Boleophthalmus boddarti

Nome Popular: Mudskipper Azul Manchado — Inglês: Blue-spotted Mudskipper

Ordem: Perciformes — Família: Gobiidae (Gobídeos)

Distribuição: Ásia, Índia até Nova Guiné e norte da China

Tamanho Adulto: 22 cm

Expectativa de Vida: desconhecido

pH: 7.0 a 8.4 — Dureza: –

Temperatura: 24°C a 30°C

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 L) — Aquário deverá possuir uma área seca (areia ou rochas empilhadas) e outra com água, podendo adicionar troncos ou rochas que ultrapassem a superfície da água. O substrato deverá ser preferencialmente arenoso.  Importante a temperatura externa (área seca do aquário) ser a mesma da água, devendo ser evitado mantê-lo em temperatura abaixo de 24°C. O aquário deve estar bem tapado para que a umidade do ar se mantenha elevada e a pele dos animais não seque, além de evitar fugas.

Esta espécie vive essencialmente em água salobra e embora tolere água doce, deverá ser mantido em condições de água salobra, utilize sal marinho para tanto. Uma densidade entre 1005 e 1015 é ideal.

Comportamento & Compatibilidade: Deverá ser mantido preferencialmente em aquário mono espécie dado suas exigências. Machos são extremamente territoriais e agressivos entre si. São bastante curiosos e podem ser facilmente treinados a subir na mão para se alimentar.

Alimentação: Naturalmente se alimenta de algas e harpacticoidas (crustáceos copépodes). Em aquário poderá demorar para aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos como grilos, moscas, minhocas, besouros, peixes pequenos, bloodworms e artêmias. Eventualmente poderá aceitar filés de peixes e camarões congelados, porém, fornecer aliado aos alimentos vivos.

Reprodução: Ovíparo. Sua reprodução em cativeiro é desconhecida. Em seu ambiente natural os machos cavam ninhos/buracos profundos, de até 100 cm, onde os machos ficam se exibindo erguendo as nadadeiras dorsais e saltando para atrair uma fêmea. Uma vez atraída para o ninho, ocorre o ritual de acasalamento e desova. Fêmeas cuidam dos ovos até eclodirem.

Dimorfismo Sexual: Em fêmeas adultas, a primeira nadadeira dorsal tem espinhos alongados que se destacam como longos filamentos.

Biótopo: Habita águas salobras de estuários. É facilmente visto na maré baixa quando são bastante ativos em lodaçais, durante a maré alta permanecem ocultos em suas tocas. Possui hábito anfídromo.

Etimologia: Boleophthalmus, do grego Boleo = ejetado e oftalmos = olhos; em referência a capacidade das espécies de elevar rapidamente os olhos acima do nível de suas cavidades orbitais, como se estivessem sendo ejetados.

Sinônimos: Boleophthalmus sculptus, Boleophthalmus inornatus, Gobius plinianus, Gobius striatus, Gobius boddarti

Informações adicionais: Amplamente distribuído no litoral sudeste asiático, incluindo a Índia, Indochina, Bornéu e Nova Guiné. Em partes da península da Malásia é abundante. A espécie também ocorre em Cingapura.

Em algumas áreas, uma espécie semelhante e intimamente relacionada, Boleophthalmus pectinirostris, pode conviver com esta espécie.

Apresenta corpo marrom com 6-7 barras diagonais escuras e pequenos pontos azuis nas bochechas e ao longo dos flancos de seu corpo e nas nadadeiras. Olhos salientes e focinho profundo.

Encontrado em águas tropicais, possui a capacidade de andar sobre a lama utilizando suas nadadeiras peitorais. São capazes de nadar, bem como ser capaz de alimentar e defender o território em terra. Seu nome popular é em alusão a capacidade de “pular” ou “saltar” quando está em terra, possuindo uma mobilidade notória. São respiradores cutâneos, absorvendo oxigênio através de sua pele e mucosa. Desde a sua capacidade de absorver o oxigênio é facilitada através da umidade, eles são muitas vezes obrigados a permanecer dentro dos limites de terrenos úmidos ou molhados.

Comumente são encontrados semi enterrados na lama com apenas os olhos para fora ou descansando sobre rochas, raízes ou areia, retornando para a água apenas para se molhar ou quando incomodados.

Machos ao atingirem a maturidade sexual são bastante territorialistas entre si. Um comportamento comum é assinalar para outro macho invasor erguendo suas nadadeiras dorsais ou realçando sua coloração servindo como um alerta para que o invasor se retire de seu território. Se o mesmo não se retirar, o peixe dominante recorrerá a violência física saltando sobre o invasor e tentando mordê-lo ferozmente podendo causar danos graves.

Desenvolveram diversos métodos de locomoção por terra conhecido como “Crutching,” quando as nadadeiras peitorais utilizadas para locomover o peixe longo do terreno, ou quando curvam a cauda para o lado impulsionando o animal (saltando), sendo utilizada como um verdadeiro trampolim para pular.

Estudos científicos demonstram que as brânquias deste animal são mais eficientes respirando ar atmosférico do que aquático em termos de fisiologia. Ao sair da água ele fecha seu opérculo e rapidamente enche a câmara atrás das guelras, funcionando como um reservatório de oxigênio e água que são utilizados para sua respiração quando está em terra. Este reservatório pode ser reabastecido de oxigênio quando o peixe rola seus olhos. Outra adaptação para sua respiração ocorre através de membranas altamente vascularizadas encontradas na parte de trás de sua garganta e boca.

Tais adaptações indicam ser uma espécie bastante resistente e fácil de manter em cativeiro, desde que suas necessidades sejam atendidas.

Espécime macho de Boleophthalmus boddarti guardando sua toca

Referências:

  • Fish Team of the Trang Project, 2002. Illustrated fish fauna of a mangrove estuary at Sikao, southwestern Thailand. Trang Project for Biodiversity and Ecological Significance of Mangrove Estuaries in Southeast Asia, Rajamangala Institute of Technology and the University of Tokyo, Trang and Tokyo.
  • Hughes, G.M. and M. Morgan, 1973. The structure of fish gills in relation to their respiratory function. Biol. Revs.
  • Martin, K.L.M. and C.R. Bridges, 1999. Respiration in water and air. p. 54-78. In M.H. Horn, K.L.M. Martin and M.A. Chotkowski (eds.) Intertidal fishes. Life in two worlds. Academic Press.
  • Murdy, E.O., 1989. A taxonomic revision and cladistic analysis of the oxudercine gobies (Gobiidae: Oxudercinae). Rec. Aust. Mus., Suppl.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Dezembro/2018
Colaboradores (collaboration): —

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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