Dojô (Misgurnus anguillicaudatus)

 

Misgurnus anguillicaudatus (Cantor, 1842)

Nome Popular: Dojô — Inglês: Pond loach, Chinese muddy loach

Ordem: Cypriniformes — Família: Cobitidae (Cobitídeos)

Distribuição: Ásia. Nordeste asiático.

Tamanho Adulto: 28 cm (comum: 15 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos +

pH: 6.0 a 8.0 — Dureza: 1 a 12

Temperatura: 5°C a 26°C

Aquário Mínimo: 80 cm comprimento X 30 cm largura — substrato deverá ser arenoso e macio, pois passa a maior parte do tempo enterrado parcial ou totalmente. Plantas e raízes podem ser utilizadas formando refúgios. Certifique-se que o aquário esteja muito bem tampado, pois costumam saltar para fora do aquário com facilidade.

Comportamento & Compatibilidade: Comportamento pacífico entre si e com outras espécies sendo ideal para aquário comunitário, embora possam comer ovos ou peixes muito pequenos. Podem ser criados sozinhos, mas ficam mais desinibidos quando mantido em grupo.

Alimentação: Onívoro. Naturalmente se alimenta de vermes, pequenos crustáceos, insetos, larvas de insetos e outros pequenos organismos aquáticos. Em aquário aceitará alimentos vivos e secos sem dificuldade.

Reprodução: Ovíparo. Atingem a maturidade sexual em torno de 2 a 3 anos de idade e cerca de 110mm. A fêmea levará o macho para uma vegetação densa, por exemplo, algas filamentosas e, à medida que os ovos são liberados, o macho envolve seu corpo em torno do corpo da fêmea, formando um anel completo. Após a eclosão, os alevinos apresentam filamentos branquiais externos que desaparecem após 10 a 12 dias. Pais não cuidam da progênie e podem comer os alevinos.

Dimorfismo Sexual: Fêmeas adultas possuem tipicamente corpo mais roliço e são um pouco maiores do que os machos. Nos machos adultos, as nadadeiras peitorais são maiores com o segundo raio mais espessado, formando uma estrutura conhecida como lâmina circular. Os machos também exibem “inchaços” horizontais no corpo após a nadadeira dorsal, que são claramente visíveis quando os peixes são vistos de cima.

Biótopo: Ocorre comumente em regiões rasas e lentas de rios e córregos ou habitats calmos, como pântanos, remansos e arrozais. Estes são frequentemente apresentam vegetação alta ou repletos de raízes submersas, galhos e serapilheira, com substratos compostos de lama ou lodo macio.

Etimologia: —

Sinônimos: Misgurnus mizolepis, Misgurnus mohoity, Cobitis fossilis, Misgurnus punctatus, Ussuria leptocephala, Cobitis anguillicaudata

Informações adicionais: Nativo da Sibéria, ilha de Sakhalin, Coréia, Japão, China e norte do Vietnã. Introduzido na Europa em várias regiões como drenagens do Reno (Alemanha) e Ticino (Itália, norte de Milão), bacia do Mar de Aral, além da América do Norte, Austrália e Havaí.

É uma espécie excepcionalmente resistente e adaptável, tolerante a uma ampla gama de variáveis ​​fisiológicas e flexível na dieta, fatores que permitiram que ela se estabelecesse como uma potencial espécie invasora em todo o mundo.

Durante períodos secos, alguns habitats podem ficar estagnados com a proliferação de algas e a hipóxia resultante (depleção de oxigênio). Sob tais condições, os membros desse gênero são capazes de usar a porção posterior do intestino e da pele como órgãos respiratórios suplementares e frequentemente se lançam à superfície para engolir ar atmosférico enquanto expelem simultaneamente gases intestinais. É um animal forte e resiste mais tempo sem água do que a maioria dos peixes.

Acredita-se possuir capacidades de prever a meteorologia. Quando ocorre uma alteração repentina na pressão atmosférica da água, eles costumam ficar agitados na superfície da água. Ao apresentar este tipo de comportamento, significa que a temperatura da água está acima do tolerado pelo peixe. Por ser um peixe de água estritamente fria, pelos qual seus rins necessitarem obrigatoriamente desse tipo de água para viverem, ele vai até a superfície e nada “animadamente” sob esta condição.

Em água com baixo teor de oxigênio, característica comum em águas mais quentes, ele engole ar atmosférico na superfície da água e extrai oxigênio através da membrana mucosa intestinal, que possui um complexo sistema de vasos sanguíneos. Daí a explicação de seu comportamento “agitado” quando mantido em águas de temperatura mais elevadas. Quando mantido em condições ideais, nomeadamente águas mais frias, passam boa parte de seu tempo enterrado no substrato. 

Popular no aquarismo, por ser um agente limpador de fundo. Gosta de enterrar-se, principalmente durante o dia, pois é predominantemente notívago, mas em casos de água muito fria, o Dojô fica letárgico, a passar muito tempo enterrado.

Variedade golden

Referências:

  • Talwar, P.K. and A.G. Jhingran, 1991. Inland fishes of India and adjacent countries. vol 1. A.A. Balkema, Rotterdam.
  • Yamamoto, M.N. and A.W. Tagawa, 2000. Hawai’i’s native and exotic freshwater animals. Mutual Publishing, Honolulu, Hawaii.
  • Kottelat, M., 1998. Fishes of the Nam Theun and Xe Bangfai basins, Laos, with diagnoses of twenty-two new species (Teleostei: Cyprinidae, Balitoridae, Cobitidae, Coiidae and Odontobutidae). Ichthyol. Explor. Freshwat.
  • Hugg, D.O., 1996. MAPFISH georeferenced mapping database. Freshwater and estuarine fishes of North America. Life Science Software. Dennis O. and Steven Hugg, 1278 Turkey Point Road, Edgewater, Maryland, USA.
  • Welcomme, R.L., 1988. International introductions of inland aquatic species. FAO Fish. Tech. Pap.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2020
Colaboradores (collaboration): —

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

27 Comentário

  1. Tenho um Lagostim vivendo tranquilamente com kinguios. Aquário de 23L. Estou pensando em colocar o Dojô com eles. Devo me preocupar com o Lagostim?

     
  2. Eu tinha um Kinguio, um dojô e uma corydora em um aqua de 40L, conviviam todos muito bem, mas depois de colocar eles num aqua de 95L com mais dois kinguios ele passou a ser bem agressivo, atacando a corydora e perseguindo os kinguios pela cauda, qual pode ser a causa? Separei eles e coloquei o dojo num aquario com lebistes.

     

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