Ameaçada de extinção na categoria vulnerável a garoupa-verdadeira, peixe ilustrado nas notas de cem reais, depende de medidas protetivas para não desaparecer na natureza.
Protegidos pela legislação, a sobrevivência dos peixes se deve ao controle da pesca, locais e períodos determinados para reprodução e aumento da população através de programas de repovoamento, trabalho realizado pelo Projeto Garoupeta.
“O objetivo é devolver ao mar do litoral norte de São Paulo 20.000 alevinos marcados geneticamente e fazer o monitoramento até a maturidade sexual deles, por cerca de dois anos”, explica a veterinária Cláudia Ehlers Kerber.
Biólogos, veterinários, mergulhadores, engenheiros e técnicos em aquicultura da Associação Ambientalista Terra Viva, entidade sem fins lucrativos responsável pela elaboração do projeto, trabalham junto com especialistas da Redemar, empresa que desenvolve a tecnologia da produção de peixes marinhos.
PREVENÇÃO
Durante os anos de trabalho, ações resultaram em conquistas significativas para a ciência marinha, como a primeira reprodução em cativeiro de garoupas selvagens nas Américas, a soltura controlada com acompanhamento por telemetria e os estudos da biodiversidade e do habitat da garoupa verdadeira na costa do Rio de Janeiro e no litoral norte de São Paulo.
Agora, o objetivo é levar ao mar do litoral paulista indivíduos saudáveis e potenciais reprodutores da espécie. “O Laboratório de Análise Genética de Organismos Aquáticos da Universidade de Mogi das Cruzes mapeou as populações de garoupas de vários pontos da costa brasileira até a Patagônia e colocou chip nas matrizes da Redemar”, diz.
O monitoramento permite a análise do perfil genético de todos os reprodutores selvagens da Redemar, assim como de todos os indivíduos que serão soltos. “Dizemos que eles serão marcados geneticamente. Isso importa porque ao final de dois anos teremos condições de dizer exatamente qual foi o impacto da nossa soltura na população residente”, explica Cláudia.
GAROUPAS
Cláudia explica que existem muitas espécies de garoupas no Brasil, mas poucas habitam o sudeste do país. “A garoupa-verdadeira é a mais conhecida e emblemática”, diz.
Predador topo de cadeia, a espécie exerce alta influência na densidade de suas áreas e na estrutura da fauna, o que a torna extremamente importante na regulação e no equilíbrio dos ambientes. “A proteção destas espécies visa não somente manter seus níveis de abundância, mas também manter o seu ecossistema, que é o ambiente coralíneo equilibrado e sadio”, completa a veterinária.
Fonte: Globo.com
Publicado em Março/2020
Peixe belíssimo, mas muito raro de ser encontrado em peixarias de SP e litoral norte…tanto é, que existia um restaurante em Caraguatatuba a uns 15 anos atrás chamado Toca da Garoupa, ficava bem no Centro da cidade e sua especialidade era este peixe, comi uma única vez o mesmo num jantar uma caldeirada, no ano seguinte já havia mudado de nome, perguntei ao dono e a resposta foi justamente por estar sendo dificílimo achar o peixe para compra, trabalho espetacular este da Redemar repovoando a espécie, espero que eles possam fazer a diferença não só com esta espécie mas com tantas outras também que correm risco de extinção!