Piau Flamengo (Leporinus fasciatus)

 

Leporinus fasciatus (Bloch 1794)

Nome Popular: Piau Flamengo — Inglês: Banded leporinus

Ordem: Characiformes — Família: Anostomidae

Distribuição: América do Sul, bacia do rio Amazonas

Tamanho Adulto: 37 cm (comum 30 cm)

Expectativa de Vida: 8 anos +

pH: 5.5 a 7.5 — Dureza: 2 a 19

Temperatura: 22°C a 28°C

Aquário Mínimo: 150 cm comprimento X 50 cm largura — a decoração do aquário é relativamente indiferente e sua manutenção é simples, desde que o aquário tenha um bom espaço e a água com um alto índice de oxigênio dissolvido. Uma decoração natural consiste em substrato arenoso com folhas, raízes grandes e retorcidas. Tampe bem o aquário, pois podem se assustar facilmente e pular para fora.

A maior parte das plantas aquáticas dificilmente irá prosperar, uma vez que a espécie possui hábito alimentar herbívoro. Plantas mais rusticas como Microsorum, Bolbitis ou Anubias spp. costumam ser ignoradas, podendo ser utilizadas.

Comportamento & Compatibilidade: Seu comportamento é gregário, devendo ser mantido em seis ou mais espécimes. Apesar de certo grau de disputas entre eles, é natural uma vez que formam forte hierarquia. Definida a hierarquia do grupo, normalmente costumam ser pacíficos. Quando mantidos individualmente podem se tornar agressivos, principalmente com peixes de formato e cores semelhantes. Frente a outras espécies de porte similar costumam não incomodar. Eventualmente podem mordiscar nadadeiras de peixes de natação mais lenta ou de hábito sedentário.

Alimentação: Tendem a ser onívoro predominantemente bentônico, alimentando-se de algas, invertebrados e detritos orgânicos na natureza. Em aquário aceitará a maioria dos alimentos oferecidos, devendo ser evitado alimentos com altos níveis de proteína. 

Reprodução: Ovíparo. Sabe-se que se reproduzem em época de cheia em meio a densa vegetação. Em cativeiro sua reprodução não foi documentada e seu dimorfismo sexual é pouco evidente.

Dimorfismo Sexual: Fêmeas maduras são ligeiramente maiores e tendem a ser mais arredondadas em seus flancos.

Biótopo: É uma espécie generalista ocorrendo em inúmeros tipos de habitats. Normalmente efetuam migrações anuais durante estação chuvosa, sendo encontrado em áreas de florestas inundadas. Adultos ocorrem em áreas rochosas com forte fluxo de água.

Etimologia: : Leporinus vem do latim lepus, que significa coelho + sulfixo inus  que significa “relativo”, em referência ao par de dentes sínfise ampliados que determinadas espécies do gênero apresentam. Fasciatus: do latim fasciatus , que significa ‘faixas’, em referência ao padrão de cor desta espécie.

Sinônimos: Leporinus novemfasciatus, Salmo fasciatus

Informações adicionaisOcorre em grande parte dos sistemas dos rios Amazonas e Orinoco, incluindo seus principais afluentes no Brasil, Bolívia, Peru e Venezuela, com registros também em rios costeiros da Guiana, Suriname e Guiana Francesa, como Essequibo, Courantyne (também conhecido como Corantijn), Demerera e Coppename.

No Brasil ocorre nos estados do Amapá, Amazonas, Minas Gerais, Rondônia e São Paulo.

Conhecido por inúmeros nomes comuns como Acaru Amarelo, Acaru Flamengo, Ferreirinha e Piau Flamengo,

Existem várias espécies de aparência semelhante no gênero e L. fasciatus é frequentemente confundido com L. affinis. A principal diferença entre as duas espécies são as listras verticais, enquanto em L. fasciatus possui dez a onze listras largas ligeiramente inclinadas, L. affinis possui oito listras transversais. L. affinis apresenta a nadadeira anal arredondada e bastante longa. 

As listras se multiplicam com a idade, com os peixes jovens possuindo apenas 5 listras. Elas se dividem a cada 6 meses ou mais até que o peixe atinja seu padrão adulto.

Referências:

  • Ferreira, E.J.G., J. Zuanon and G.M. dos Santos, 1996. A list of commercial fish species from Santarém, State of Pará, Brazil. Naga ICLARM Q.
  • Garavello, J.C. and H.A. Britski, 2003. Anostomidae (Headstanders). p. 71-84. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  • Santos, E., 1981. Peixes da Água doce (Vida e costumes dos peixes do Brasil). Belo Horizonte, Brasil, Editora Itatiaia Limitada
  • Breder, C.M. and D.E. Rosen, 1966. Modes of reproduction in fishes. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey.
  • Planquette, P., P. Keith and P.-Y. Le Bail, 1996. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 1. Collection du Patrimoine Naturel Volume 22, MNHN, Paris & INRA, Paris.
  • Mills, D. and G. Vevers, 1989. The Tetra encyclopedia of freshwater tropical aquarium fishes. Tetra Press, New Jersey.
  • Giarrizzo, T., R.R. de Sena Oliveira, M.C. Andrade, A.P. Gonçalves, T.A.P. Barbosa, A.R. Martins, D.K. Marques, J.L.B. dos Santos, R. de P., da S. Frois, T.P.O. de Albuquerque, L.F.de A. Montag, M. Camargo and L.M. de Sousa, 2015. Length-weight and length-length relationships for 135 fish species from the Xingu River (Amazon basin, Brazil). J. Appl. Ichthyol.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Julho/2021
Colaboradores (collaboration): —

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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