Para tornar o bagre, um peixe bastante consumido mundo a fora, mais resistente às doenças, cientistas americanos decidiram cruzar o DNA do animal com o de jacarés. O experimento foi realizado por pesquisadores da Auburn University, dos Estados Unidos.
Segundo o portal Business Insider, a equipe envolvida no trabalho adicionou ao animal o gene da catelicidina de um jacaré. A estrutura molecular é encontrada no intestino dos jacarés, e é responsável por ajudar o organismo no combate a doenças.
Os resultados mostraram que, após o procedimento, os animais testados tiveram aumento da resistência a enfermidades na comparação com bagres selvagens. Rex Dunham, que trabalha no melhoramento genético de bagres na Auburn University, revelou em entrevista ao MIT Technology Review que, dependendo da infecção, “a taxa de sobrevivência dos peixes transgênicos com catelicidina era duas a cinco vezes maiores”.
Os pesquisadores também adicionaram ao DNA dos bagres um gene para um hormônio reprodutivo, para reduzir a capacidade de reprodução dos peixes modificados. Os especialistas explicam que isso é importante para evitar a contaminação genética com o bagre selvagem.
Eles, agora, esperam obter a aprovação do animal para que possa ser vendido e consumido. Mas isso pode ser um longo processo. De acordo com o MIT Technology Review, apenas um outro tipo de peixe geneticamente modificado recebeu a liberação para comércio nos Estados Unidos: o salmão AquAdvantage.
O peixe modificado entrou no mercado somente em 2021, vinte e seis anos depois que a empresa por trás dele, a AquaBounty, solicitou pela primeira vez a aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.
Sobre o medo que as pessoas possam ter de comer um bagre transgênico, os cientistas apontam que, depois que ele é cozido, a proteína produzida pelo gene do jacaré perde a sua atividade biológica. “Portanto é improvável que haja consequências para a pessoa que come o peixe”, afirmou Baofeng Su, também da Auburn University. E Dunham complementou: “Eu comeria em um piscar de olhos”.
Fonte: MIT Technology Review
Publicado em Maio/2024
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