Conheça a espécie de peixe que acasala, em média, 19 vezes por dia

Taxa de fertilização dos peixes medaka cai significativamente "apenas" depois da 10ª tentativa diária, diz estudo.

 

Pesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, fizeram um estudo que revela a capacidade de acasalamento diário dos machos de medaka (Oryzias latipes), uma espécie de peixe que libera ovos e esperma na água para fertilização externa. Publicado na revista científica Royal Society Open Science, o estudo revelou que os machos podem acasalar em média 19 vezes ao dia.

©Foto: Seotaro, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

“Medaka são um dos peixes que desovam, onde a fertilização ocorre após a liberação dos ovos e esperma na água. Como esses gametas são difíceis de coletar, o número de espermatozoides liberados e a taxa de fertilização durante os acasalamentos sucessivos eram um mistério”, explicou o professor Yuki Kondo em comunicado.

A pesquisa mostrou que, durante os três primeiros acasalamentos, mais de 50% dos espermatozoides diários são liberados. Embora a taxa de fertilização fosse quase 100% nas primeiras tentativas, ela diminuiu significativamente após a décima cópula, com alguns casos sem fertilização observados no estudo.

As fêmeas, por sua vez, produzem ovos uma vez por dia e liberam todos os seus ovos durante o acasalamento. Isso pode resultar em desperdício de ovos, caso o macho já tenha liberado a maior parte ou todo o seu esperma. “Este é o primeiro estudo a mostrar quantitativamente a capacidade de acasalamento diário dos machos de medaka, o volume de espermatozoides liberados a cada acasalamento e a taxa de fertilização”, afirmou Awata.

Além de contribuir para a compreensão das estratégias reprodutivas, o estudo tem implicações importantes para programas de conservação e reprodução.

©Foto: Seotaro, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

A pesquisa sugere que podem existir pressões evolutivas tanto para os machos, que precisam equilibrar o número de tentativas de acasalamento com a qualidade do esperma liberado, quanto para as fêmeas, que devem ser seletivas em relação aos parceiros para garantir uma fertilização bem-sucedida.

Os resultados oferecem informações sobre a dinâmica da reprodução em espécies com fertilização externa, podendo contribuir para estudos ecológicos e evolutivos mais amplos, ajudando cientistas a entender os fatores que influenciam a sobrevivência e adaptação das espécies.

Fonte: Revista Galileu

Publicado em Fevereiro/2025

Sobre Edson Rechi 896 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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