Dichotomyctere fluviatilis (Hamilton, 1822)
Ficha Técnica
Ordem: Tetraodontiformes — Família: Tetraodontidae
Nomes Comuns: Baiacu Verde — Inglês: Green pufferfish, Common puffer
Distribuição: Ásia; ocorre em inúmeros países como Índia, Myanmar e Sri Lanka
Tamanho Adulto: 17 cm (comum: 12 cm)
Expectativa de Vida: 8 anos +
Comportamento: pacífico, predador
pH: 7.8 a 9.0 — Dureza: 10 a 30
Temperatura: 24°C a 28°C
Distribuição e habitat
Distribuído na Índia, Sri Lanka, Bangladesh, Myanmar e Borneo. Relatado no delta do Mekong.
Os adultos geralmente ocorrem em rios de movimentação lenta, estuários e a parte superior dos remansos. Prefere áreas sombrias e marginais.
Descrição
Pode ser confundido com seus congeneres T. nigroviridis e T. schoutedeni. Este último possui forma do corpo mais delgada, coloração amarronzada e espinhos claros em sua barriga, enquanto os outros dois são esverdeados. Fluviatilis possui corpo mais alongado em comparação com o Nigroviridis, este o corpo é mais arredondado (em forma de bola).
Em seu ambiente natural pode chegar próximo de 17 cm e seu corpo apresenta coloração branca na metade inferior, amarelo metálico ou verde na metade superior coberto com pontos pretos. Seus olhos protuberantes são de cor azul metálico e possui testa bastante grossa e larga. Sua pele possui textura áspera similar a couro, mas quando mantido em cativeiro tende a ser mais lisa. Sua carne pode conter uma toxina virulenta, e não deve ser comido.
Possuem a capacidade de inflar seu estomago elástico com água ou ar quando ameaçado. O peixe torna-se duas ou três vezes maior que seu tamanho original, o suficiente para afugentar muitos predadores em potencial, tornando difícil de ser engolido.
Outras adaptações merecem ser destacadas, sendo um dos poucos peixes que realmente podem piscar ou fechar os olhos, além de sua boca ser similar a um bico formado por fusão de duas placas de dentes em cada mandíbula que é utilizada para triturar e esmagar invertebrados que possuem conchas carbonatadas.
Amplamente difundido como Tetraodon fluviatilis, em 2013 o ictiologista suíço Maurice Kottelat alterou esta espécie para o gênero Dichotomycter.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.
A decoração do aquário será um tanto indiferente, devendo deixar espaços abertos para nadarem, pois é uma espécie bastante ativa. Usar preferencialmente substrato arenoso.
Esta espécie é comumente vendida como Baiacu de água doce, porém em seu ambiente natural vive em água salobra a maior parte de sua vida. Desta forma, deverá criá-lo em água levemente salobra (1.005 a 1.010).
É muito sensível à deterioração das condições da água, pelo que são necessárias mudanças regulares de água parciais, além de alimentação especializada, sendo indicado apenas para aquaristas mais experientes.
Comportamento
Espécie pacífica quando juvenil que se torna agressivo à medida que envelhece. Irá mordiscar a nadadeira e escamas de outros peixes, principalmente peixes com longas nadadeiras (véu) e de natação lenta. Peixes menores serão comidos.
Recomendado criá-lo em aquário mono espécie ou com peixes de mesmo comportamento e exigência. Costuma ser bastante intolerante e agressivo com outros baiacus.
Se pretender criá-lo com outros Baiacus, opte em manter em grande número, cinco ou mais, se manter em dupla ou trio poderá haver perseguições severas ao mais fraco do grupo.
Reprodução
Ovíparo. Se reproduzem sob condições de água salobra. Comumente desovam no substrato em meio as plantas ou superfície plana de rochas. O macho irá cortejar a fêmea para o local determinado para a desova, fazendo com que libere os ovos. Após o ritual de reprodução, o macho irá expulsar a fêmea e cuidará dos ovos até que eclodam.
Os ovos eclodem em cerca de 5 dias e alevinos estarão nadando livremente após cerca de sete dias pós eclosão, quando não ocorrerá mais o cuidado parental.
Dimorfismo Sexual
O dimorfismo sexual é pouco evidente por meios externos, embora fêmeas adultas possam crescer um pouco mais que os machos.
Alimentação
Onívoro, essencialmente moluscívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de moluscos, crustáceos e outros invertebrados, secundariamente de plantas e detritos. Em cativeiro pode não aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos e congelados.
Fornecer regularmente caramujos e mariscos com casca dura (ex. patas de caranguejo, camarões, etc) para gastar seus dentes, uma vez que eles crescem continuamente podendo trazer problemas em longo prazo para a saúde do peixe. Pode-se ainda usar areia calcária fina no substrato, o qual os dentes do peixe serão gastos através da mastigação de alimentos capturados no substrato junto com a areia.
Etimologia: desconhecido
Sinônimos: Tetraodon fluviatilis, Tetrodon fluviatilis, Chelonodon fluviatilis, Arothron dorsovittatus, Dichotomycterus rangoonensis
Referências
- Rainboth, W.J., 1996. Fishes of the Cambodian Mekong. FAO species identification field guide for fishery purposes. FAO, Rome
- Department of Fisheries Malaysia, 2009. Valid local name of Malaysian marine fishes. Department of Fisheries Malaysia. Ministry of Agriculture and Agro-based Industry.
- Fish Team of the Trang Project, 2002. Illustrated fish fauna of a mangrove estuary at Sikao, southwestern Thailand. Trang Project for Biodiversity and Ecological Significance of Mangrove Estuaries in Southeast Asia, Rajamangala Institute of Technology and the University of Tokyo, Trang and Tokyo.
- Molur, S. and S. Walker (eds.), 1998. Freshwater fishes of India. Zoo Outreach Organisation, Tamil Nadu, India.
- Monkolprasit, S., S. Sontirat, S. Vimollohakarn and T. Songsirikul, 1997. Checklist of Fishes in Thailand. Office of Environmental Policy and Planning, Bangkok, Thailand
- Rajan, P.T., C.R. Sreeraj and T. Immanuel, 2011. Fish fauna of coral reef, mangrove, freshwater, offshore and seagrass beds of Andaman and Nicobar Islands. Zoological Survey of India, Andaman and Nicobar Regional Centre, Haddo, Port Blair.
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2017
Colaboradores (collaboration): –
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