Os pleuronectiformes são uma ordem de peixes bizarros que possuem olhos no topo da cabeça. Ou seja, para eles, as coisas estão sempre viradas para cima.
Este tipo de animal, que inclui o linguado e a solha, está presente em todas as partes do mundo, em águas tanto doces quanto salgadas. O grupo evoluiu a partir dos tetraodontiformes, há cerca de 15 milhões de anos, no Miocénico médio. Eles existem em uma variedade de tamanhos, de oito centímetros a três metros de comprimento.
Eles enxergam o quê?
Ter os olhos no topo da cabeça não parece um bom negócio, não é mesmo? Como esses peixes achatados veem o que está acontecendo ao seu redor, no fundo do oceano?
De fato, eles não podem ver o que está diretamente debaixo deles, mas podem ver o que está no entorno deles, conforme explica Jackie Cooper, do Aquário Nacional dos EUA em Baltimore, ao portal National Geographic.
Seus olhos também podem se mover de forma independente, alargando o seu campo de visão. Ou seja, eles giram os olhinhos bizarros para todos os lados, registrando o que está em sua volta.
Camuflagem
Os pleuronectiformes ainda são mestres do disfarce, se camuflando com a paisagem.
Uma vez que os olhos desses animais “escaneiam” os seus arredores, mandam a mensagem do cérebro, que por sua vez envia sinais para sua pele.
George Burgess, do Museu de História Natural da Flórida, nos EUA, afirma que a pele desses peixes contém células que mudam de cor, tipo melanóforos, que se expandem ou contraem de acordo com o visual que o animal está tentando corresponder. Tal façanha leva entre dois a oito minutos.
Olhos que migram
Ainda mais impressionante do que o formato dos olhos desses peixes é o fato de que eles não começam no topo da cabeça dos animais.
Os pleuronectiformes, quando nascem, possuem olhos com uma aparência bem regular. No entanto, conforme se desenvolvem, eles começam a migrar, movendo-se para a parte superior da sua cabeça, acabando por se estabelecer em um lado ou outro de seus rostos, virados para cima.
De acordo com Burgess, isso também requer que os ossos em suas cabeças se movam. Felizmente, os ossos desses peixes achatados são bastante maleáveis, como o ponto fraco (ou ponto mole) no crânio de um bebê. Conforme os olhos se movem, os ossos da cabeça do peixe acompanham a direção.
Um osso adicional, encontrado apenas nesses peixes chatos, desenvolve bem debaixo do olho que migra, dando-lhes sua famosa aparência assimétrica
Fonte: NatGeo
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