Cambeva da Cachoeira (Trichogenes longipinnis)

 
Trichogenes longipinnis (Britski & Ortega, 1983)
Espécime de 4.6 cm na Cachoeira do Amor, Ubatuba, São Paulo

Ficha Técnica

Ordem: Siluriformes — Família: Trichomycteridae (Tricomycterídeos)

Nomes Comuns: Cambeva da Cachoeira  — Inglês: Long-finned cambeva

Distribuição: América do Sul, região sudeste do Brasil

Tamanho Adulto: 14 cm

Expectativa de Vida: desconhecido

Comportamento: pacífico

pH: 6.6 a 7.4 — Dureza: desconhecido

Temperatura: 20°C a 26°C

Distribuição e habitat

Distribuído em rios costeiros entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, no sudeste do Brasil. Ocorre em cabeceiras da bacia do Rio Parati-Mirim (RJ) e riachos isolados de cabeceira no extremo norte do litoral de São Paulo.

Devido sua distribuição restrita, habitat específico e populações diferenciadas foi incluído com status de vulnerável na IUCN.

Encontrado em córregos na floresta atlântica; remansos e principalmente em piscinas sob pequenas cachoeiras em córregos de colinas íngremes que fluem sobre substratos rochosos e arenosos.

Espécimes de 5 a 7 cm forrageando o fundo rochoso. Rio Cambury, Ubatuba, São Paulo

Descrição

Espécie ativa tanto durante o dia como à noite, sendo os juvenis predominantemente diurnos e os adultos predominantemente noturnos e ambos ativos ao crepúsculo. Indivíduos maiores ficam abrigados em frestas e tocas na rocha e são territoriais, com dominância linear (Sazima, 2004).

A densidade populacional varia entre 3 a 25 indivíduos por metro quadrado.

As principais ameças são a perda, descaracterização e fragmentação de habitats; poluição e assoreamento; pesca de sustento (Sazima, 2004). Em junho de 2005, as populações de dois dos locais estudados por Sazima (2004), incluindo a localidade-tipo, estavam reduzidas a cerca de 10 a 20% do estimado entre dezembro de 2001 e dezembro de 2002. Em um dos locais houve deslizamento de terra e consequente assoreamento do leito do riacho e, no outro, houve exploração excessiva (pesca).

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

A iluminação deverá ser moderada e o substrato arenoso e rochoso, uma vez que a espécie passa a maior parte de seu tempo associado a este.

Fluxo de água deve ser forte simulando seu ambiente natural.

Comportamento

Apresenta comportamento pacífico, podendo ser mantido em aquário comunitário.

Adultos podem ser territorialista com congêneres. Eventualmente peixes de tamanho muito diminuto podem ser predado.

Larva de 1.2 cm no Rio Camburi, São Paulo

Reprodução

Ovíparo. Se reproduz durante estação chuvosa. Ovócitos maduros com cerca de 0,2 cm de diâmetro.

O padrão de cores manchadas difere consistentemente entre as populações, uma indicação de diferenciação genética.

Dimorfismo Sexual

Os machos atingem cerca de 140 mm de comprimento padrão e as fêmeas, 105 mm (Sazima, 2004).

Alimentação

Com hábitos bentônicos e nectônicos (principalmente os juvenis), alimentam-se de formas imaturas de insetos aquáticos e insetos terrestres caídos na água. Percorre o substrato com seus barbilhões, apanha presas sobre a rocha e forrageia com o focinho enterrado na areia e no material de origem vegetal acumulado nos remansos. Sobe à superfície para catar alimento caído na água. As populações de riachos isolados apresentam notável variação no padrão de coloração, indicando diferenças genéticas (Sazima, 2004).

Etimologia: Trichomycterus; Do grego trichos, que significa cabelo e mykter, que significa nariz; em referência às barbelas próximo a sua boca.

Sinônimos: não possui

Referências

  1. Burgess, W.E., 1989. An atlas of freshwater and marine catfishes. A preliminary survey of the Siluriformes. T.F.H. Publications, Inc., Neptune City, New Jersey (USA).
  2. de Pínna, M.C.C. and W. Wosiacki, 2003. Trichomycteridae (pencil or parasitic catfishes). p. 270-290. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  3. Lima, N.R.W. and P.M. Galetti, 1990. Chromosome characterization of the fish Trichogenes longipinnis. A possible basic karyotype of Trichomycteridae. Brasil. J. Genetics
  4. Sazima, I., 2004. Natural history of Trichogenes longipinnis, a threatened trichomycterid catfish endemic to Atlantic forest streams in southeast Brazil. Ichthyol. Explor. Freshwater.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Outubro/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

1 Comentário

  1. populações endêmicas, restritas não é nada bom divulgar o local exato onde os encontrar, só aumentará a pressão por coletas indiscriminadas e feitas por leigos

     

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