Coridora Gambá (Corydoras arcuatus)

 

Corydoras-arcuatus

Corydoras arcuatus (Elwin, 1938)

Nome Popular: Corydora Gambá, Coridora Gambá, Sarro, São Pedro, Tabatinga — Inglês: Skunk corydoras

Família: Callichthyidae (Calictídeos)

Origem: América do Sul: alto da bacia do rio Amazonas

Tamanho Adulto: 5.5 cm (comum: 4 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos

Temperamento: Pacífico

Aquário Mínimo: 60 cm X 30 cm X 30 cm (54 Litros)

Temperatura: 22°C a 28°C

pH: 6.0 a 7.6 – Dureza: 2 a 19

Visão Geral

Encontrado principalmente em águas rasas e calmas com fundo arenoso. Ocorre simpatricamente com C. narcissus. São respiradores de ar facultativos e possuem o intestino modificado e altamente vascularizado que evoluiu para facilitar a absorção de oxigênio atmosférico, podendo sobreviver em águas com baixo nível de oxigênio. No aquário você ocasionalmente poderá vê-los subir à superfície para tomar goles de ar.

Possui dois espinhos em suas extremidades junto as nadadeiras peitorais, este mecanismo serve como defesa contra predadores. Ao ser molestada, os espinhos são projetados ferindo o predador. Há relatos de que esta espécie possui glândulas de veneno em suas nadadeiras (principalmente peitorais) e parecem ser capazes de liberar uma espécie de muco venenoso de suas brânquias quando molestado por outros peixes (questionável). Os espinhos duros da nadadeira peitoral são capazes de perfurar a pele humana e uma ‘picada’ pode ser muito dolorosa, de fato, por isso deve-se ter atenção durante o manuseio.

Conhecidos por “piscar” os olhos, quando na verdade os olhos giram em suas órbitas causando a impressão de estarem piscando.

Esta espécie possui senso olfativo bastante evoluído e seus barbilhões permitem que ela encontre alimentos enterrados no substrato. Como a maioria dos peixes gatos, é uma espécie blindada não possuindo escamas, apresentando duas fileiras de placas ósseas em cada lateral de seu corpo cobrindo a região da cabeça. Seu nome Corydora vem do grego, kory (capacete) e doras (pele).

Considerados como peixes de “couro” e possuem uma camada bastante fina de muco epitelial externo, não suportando a presença de sal na água, podendo facilmente levá-lo a morte por desidratação devido a diferença osmótica criada.

Aquário & Comportamento

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm X 30 cm X 30 cm (54 litros) requerido. Usar preferencialmente substrato fino de areia ou cascalho arredondado, evitando o uso de cascalhos pontiagudos que poderá danificar seus barbilhões e boca. Espécie aprecia aquário com bastante plantas e refúgios formando sombras.

É uma espécie bastante pacífica e gregária, devendo ser mantido em grupo de pelo menos 6 indivíduos. Em seu ambiente natural pode ser encontrado em cardumes variando de 20 a 100 espécimes. Devida sua capacidade de respirar ar atmosférico, comumente pode ser visto nadando rapidamente até a superfície para engolir ar e voltar para o substrato para repousar.

Pode ser mantido em aquário comunitário, desde que com peixes pequenos e igualmente pacíficos. Possui hábitos noturnos.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. Durante ritual de acasalamento, o casal assume a posição conhecido como “T”, com o macho assumindo a parte superior do “T” e a fêmea posicionada perpendicularmente a ele. A fêmea prenderá de dois a quatro ovos entre suas nadadeiras pélvicas, onde o macho irá fertilizá-los durante cerca de 30 segundos. Só então a fêmea nadará para um local adequado onde ela depositará os ovos adesivos, normalmente em alguma superfície plana como o vidro do aquário, raízes e folhas. Este processo será repetido por inúmeras vezes podendo variar entre 100 e 200 ovos.

Período de incubação dura em torno de 4 a 5 dias quando as larvas eclodem e estarão nadando livremente em 3 dias depois. Não há cuidado parental.

O dimorfismo sexual da espécie é evidente, onde os machos são ligeiramente menores do que as fêmeas, esta última é mais encorpada e possui a região ventral maior e mais dilatado que os machos. Como na maioria das Corydoras, são facilmente distinguidos olhando de cima onde as fêmeas são mais encorpadas (barriga maior e mais arredondada) do que os machos.

Alimentação

Onívoro, em seu ambiente natural se alimentam de vermes, crustáceos, insetos e matéria vegetal. Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos sem dificuldades. Como a maioria das Corydoras, irão comer alimentos que se depositam no fundo do aquário.

Esta espécie costuma ser mais ativa a noite, devendo fornecer alimentos ao apagar as luzes do aquário, embora se alimentem também durante período diurno, porém são lentos para comer podendo não competir com outros peixes pelo alimento.

Infelizmente estes peixes são taxados erroneamente como peixe limpador e que se alimentam de restos de rações e fezes dos demais peixes. Sob nenhuma circunstância deve-se esperar que sobrevivam com ‘sobras’ de outros habitantes do aquário e muito menos de fezes de outros peixes, devendo ser fornecido alimentos apropriados incluindo rações específicas para peixes de fundo e alimentos vivos regularmente.

Etimologia: Corydoras: Cory = capacete; doras = pele de couro, couraça. arcuatus: arqueado, como um arco, (referindo-se a tarja preta envolvendo seu corpo)

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Referências

  1. Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ. (21):243 p.
  2. Reis, R.E., 2003. Callichthyidae (Armored catfishes). p. 291-309. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  3. Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil: 27-63.
  4. Burgess, W.E., 1992. Colored atlas of miniature catfish. Every species of Corydoras, Brochis and Aspidoras. T.F.H. Publications, Inc., USA. 224 p.
  5. Scotcat – Corydoras arcuatus

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2016

Colaboradores (collaboration): –

 

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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