Corydoras pantanalensis (Knaack, 2001)
Ficha Técnica
Ordem: Siluriformes — Família: Callichthyidae
Nomes Comuns: Corydora Pantanal, C005
Distribuição: América do Sul: Bacias Cussis e Las Petas na Bolívia.
Tamanho Adulto: 7.9 cm
Expectativa de Vida: 10 anos
Comportamento: pacífico, gregário
pH: 6.0 a 7.4 — Dureza: 5 a 12
Temperatura: 23°C a 28°C
Distribuição e habitat
Endêmico das bacias de Cussis e Las Petas na Bolívia.
Ocorrem em águas límpidas e cristalinas em áreas pantanosas. Ao contrário das típicas águas com taninos encontradas em grande parte da Amazônia, o Pantanal Boliviano é conhecido por suas águas cristalinas e áreas de vegetação densa.
Enquanto muitas espécies de Corydoras vivem em habitats caracterizados por canais de água pouco iluminados sob densas copas de árvores e águas tingidas com taninos, Corydoras pantanalensis estão habituados a viver em águas cristalinas entre a vegetação densa e sob luz solar intensa.
Descrição
Esta espécie tem sido erroneamente identificada como C. latus, que até o momento é bastante rara no aquarismo.
Remanescente do complexo Brochis splendens, porém distinto por apresentar mais raios em sua nadadeira dorsal e um corpo mais alto e focinho mais longo.
São respiradores de ar facultativos e possuem o intestino modificado e altamente vascularizado que evoluiu para facilitar a absorção de oxigênio atmosférico, podendo sobreviver em águas com baixo nível de oxigênio.
Possui dois espinhos em suas extremidades junto as nadadeiras peitorais, este mecanismo serve como defesa contra predadores. Ao ser molestado, os espinhos são projetados ferindo o predador. Os espinhos duros da nadadeira peitoral são capazes de perfurar a pele humana e uma ‘picada’ pode ser muito dolorosa, de fato, por isso deve-se ter atenção durante o manuseio.
Esta espécie possui senso olfativo bastante evoluído e seus barbilhões permitem que ela encontre alimentos enterrados no substrato. Como a maioria dos peixes gatos, é uma espécie blindada não possuindo escamas, apresentando duas fileiras de placas ósseas em cada lateral de seu corpo cobrindo a região da cabeça.
Considerados como peixes de “couro” e possuem uma camada bastante fina de muco epitelial externo, não suportando a presença de sal na água, podendo facilmente levá-lo a morte por desidratação devido a diferença osmótica criada.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.
Ambiente ideal para abrigar a espécie é que se assemelha ao seu habitat natural, tipicamente aquário plantado. Substrato arenoso e macio, áreas com densa vegetação e raízes, além de iluminação forte.
Embora a maioria das Corydoras preferem ambiente lêntico, esta espécie parece ficar bem em águas um pouco mais movimentadas.
Comportamento
De comportamento extremamente pacífico e ideal para aquário comunitário. Deve ser mantido em grupo de no mínimo seis espécimes. Quanto maior este número, mais natural será o comportamento mostrado pela espécie.
Devido sua capacidade de respirar ar atmosférico, comumente pode ser visto nadando rapidamente até a superfície para engolir ar e voltar para o substrato para repousar.
Conhecidos por “piscar” os olhos, quando na verdade os olhos giram em suas órbitas causando a impressão de estarem piscando.
Reprodução
Ovíparo. Durante ritual de acasalamento, o casal assume a posição conhecido como “T”, com o macho assumindo a parte superior do “T” e a fêmea posicionada perpendicularmente a ele. A fêmea prenderá de dois a quatro ovos entre suas nadadeiras pélvicas, onde o macho irá fertilizá-los durante cerca de 30 segundos.
Só então a fêmea nadará para um local adequado onde ela depositará os ovos adesivos, normalmente em alguma superfície plana como o vidro do aquário, raízes e folhas. Este processo será repetido por inúmeras vezes.
Período de incubação dura em torno de 4 a 5 dias quando as larvas eclodem e estarão nadando livremente em 3 dias depois. Não ocorre cuidado parental.
Dimorfismo Sexual
Machos maduros sexualmente exibem um padrão de cores reticulado. Fêmeas são maiores que os machos e mais largas.
Alimentação
Onívoro, em seu ambiente natural se alimentam de vermes, crustáceos, insetos e matéria vegetal. Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos sem dificuldades. Como a maioria das Corydoras, irão comer alimentos que se depositam no fundo do aquário.
Esta espécie costuma ser mais ativa a noite, devendo fornecer alimentos ao apagar as luzes do aquário, embora se alimentem também durante período diurno, porém são lentos para comer podendo não competir com outros peixes pelo alimento.
Infelizmente estes peixes são taxados erroneamente como peixe limpador e que se alimentam de restos de rações e fezes dos demais peixes. Sob nenhuma circunstância deve-se esperar que sobrevivam com ‘sobras’ de outros habitantes do aquário e muito menos de fezes de outros peixes, devendo ser fornecido alimentos apropriados incluindo rações específicas para peixes de fundo e alimentos vivos regularmente.
Etimologia: Corydoras; Cory = capacete + doras = pele. Pantanalensis, em referência ao Pantanal, local de sua distribuição.
Sinônimos: não possui.
Referências
- Reis, R.E., 2003. Callichthyidae (Armored catfishes). p. 291-309. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
- Planetcatfish – Corydoras pantanalensis Knaack, 2001
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Maio/2018
Colaboradores (collaboration): –
Eu tenho muito dessas espécies aqui na minha regiao