Jacundá Açu (Crenicichla lenticulata)

 
Crenicichla lenticulata  (Heckel, 1840)

Ficha Técnica

Ordem: Perciformes — Família: Cichlidae (Ciclídeos)

Nomes Comuns: Jacundá Açu — Inglês: Lenticulata Pike Cichlid

Distribuição: América do Sul, bacias do rio Negro e rio Amazonas

Tamanho Adulto: 40 cm (comum: 30 cm)

Expectativa de Vida: 10 anos +

Comportamento: agressivo

pH: 5.5 a 6.5 — Dureza: 4 a 8

Temperatura: 26°C a 29°C

Distribuição e habitat

Endêmico do Brasil, distribuído no rio Negro e rio Amazonas no estado de mesmo nome e Roraima.

Ocorre naturalmente em água ácida de rios, remansos de rio, lagoas e represas, sempre próximos a estruturas como raízes, pedras, entre outras. Normalmente substrato arenoso com alguns seixos.

A acidificação da água vem da decomposição das plantas. Esse fenômeno muda a cor da água que tende a ficar marrom. Em algumas áreas que são particularmente ricas em matéria orgânica, a água fica tão matizada que é caracterizada pela água preta.

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Descrição

Corpo alongado, boca grande, com a mandíbula um pouco maior que o maxilar superior. Sua cabeça é coberta por pintas escuras. A borda posterior do pré-opérculo é serrilhada. Possui faixas escuras verticais nos flancos e faixa longitudinal mais escura, ao longo do corpo, que se estende do olho até o pedúnculo da nadadeira caudal, e um ocelo na parte superior do pedúnculo caudal. Possui o ventre avermelhado.

No Brasil recebe inúmeros nomes comuns como Jacundá, Jacundá açu, Jacundá branco, Jacundá pinima, Jacundá piranga, Jacundá touro e Peixe sabão.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 150 cm de comprimento e 50 cm de largura desejável.

Considere um aquário de 300L para um único espécime ou casal. Para aquário comunitário deve-se dobrar esta litragem.

O aquário deverá estar munido de bastante troncos e substrato preferencialmente arenoso. Toleram a intensidade luminosa necessária para as plantas, mas prefere ter áreas sombreadas através de vegetação flutuante ou estruturas tipo caverna de madeira flutuante ou rocha.

Por serem grandes, rápidos e poderosos, requerem espaços abertos adequados para caça e natação.

Comportamento

Seu comportamento é bastante variável, porém com forte tendência a ser agressivo. Ideal manter com peixes igualmente agressivos/territoriais como outros ciclídeos, peixes gato ou de porte maior.

Uma vez estabelecido irá tentar se impor sobre os novos peixes que forem adicionados no aquário, razão pela qual é preferível adicionar esta espécie sempre por último.

Solitário e grande predador costuma ficar sempre próximo do fundo do aquário.

Alevinos e esquerda e sub adultos respectivamente

Reprodução

Ovíparo, seu comportamento reprodutivo varia de acordo com a espécie e habitat. Alguns depositam ovos sobre uma superfície previamente limpa e são constantemente vigiados pelos pais, que passam a defender esse território de outros predadores até que eclodam.

Além disso, permanecem ao lado dos filhotes até que eles possam nadar livremente à procura de comida.

Outros liberam os ovos que são imediatamente fecundados e depois incubados na boca até que os filhotes nadem tranquilamente.

Dimorfismo Sexual

O dimorfismo sexual é bem evidente. Machos exibem a nadadeira caudal e anal mais pontiagudas em relação às fêmeas e o corpo mais magro e esbelto. A fêmea do Jacundá, em época de reprodução, apresenta coloração levemente vermelha próxima à nadadeira anal.

Alimentação

Carnívoro. Em seu ambiente natural se alimenta essencialmente de pequenos peixes camarões e outros invertebrados.

Em aquário inicialmente podem aceitar somente alimentos vivos, mas podem ser condicionados a comerem filés e alimentos secos. Importante fornecer regularmente alimentos de origem animal como filés e camarões.

EtimologiaCrenicichla (latim), crenulatus = corte, cortado + kichle (grego) = ciclídeo

SinônimosCrenicichla ornata

Referências

  1. Kullander, S.O., 2003. Cichlidae (Cichlids). p. 605-654. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Nomura, H., 1984. Nomes científicos dos peixes e seus correspondentes nomes vulgares. In H. Nomura (ed.). Dicionário dos peixes do Brasil. Editerra, Brasília, Brasil: 27-63.
  3. Santos, E., 1981. Peixes da Água doce (Vida e costumes dos peixes do Brasil). Belo Horizonte, Brasil, Editora Itatiaia Limitada.267.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Março/2018
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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