Peixe Cachimbo Africano (Enneacampus ansorgii)

 
Enneacampus ansorgii (Boulenger, 1910)

Ficha Técnica

Ordem: Syngnathiformes — Família: Syngnathidae (Syngnatídeos)

Nomes Comuns: Peixes Cachimbo Africano — Inglês: African Freshwater Pipefish

Distribuição: África; drenagens do rio Gambia até rio Cuanza em Angola

Tamanho Adulto: 14 cm

Expectativa de Vida: 10 anos

Comportamento: pacífico

pH: 7.0 a 7.6 — Dureza: 10 a 20

Temperatura: 24°C a 28°C

Distribuição e habitat

Amplamente distribuído em rios litorâneos e riachos da África Ocidental. Esta espécie está presente em rios, córregos e pântanos ao longo da costa ocidental da África, desde a drenagem da Gâmbia até à Quanza (Angola).

Ocorre principalmente em água continental ou levemente salobra.

Espécime selvagem coletado no Gabão pelo criador Ted Judy. Seu corpo apresenta coloração tipicamente esverdeada.

Descrição

Espécie alongada com o corpo envolto em uma série de anéis ósseos. Não existem nadadeiras pélvicas e a nadadeira anal é pequena. A boca é pequena e em forma de tubo. A nadadeira dorsal está localizada bem atrás no corpo. A nadadeira caudal é pequena e em forma de leque. A parte de trás é marrom escuro e os flancos marrom claro. A região da barriga possui coloração avermelhada. O corpo pode ser marcado com manchas amarelas pequenas e irregulares.

De acordo com Hans-Georg Evers, editor da revista Amazonas na Alemanha, esta espécie tem sido reproduzida por décadas na Europa Oriental e muitas variações de cores podem ser encontradas, mas a variedade vermelha é nova no mercado. A coloração vermelha em geral é aparentemente o resultado da criação em cativeiro por aquaristas checos. A disponibilidade comercial é bastante limitada.

Espécimes selvagens coletados no Gabão pelo famoso criador Ted Judy exibem uma coloração esverdeada, que parece ser mais comum na espécie.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

A decoração do aquário para a espécie não é crítica, mas convém manter adornos como plantas, rochas e raízes para que possam se refugiar. O fluxo de água deve ser fraco.

Esta espécie delicada é sensível as condições da água e a doenças. Requer alimentos vivos e ficará melhor quando mantido em um aquário mono espécie.

É encontrado com maior frequência em água doce, porém aquaristas conseguiram manter a espécie por mais tempo em aquário quando em condição de água levemente salobra. Embora seja claro que algumas populações selvagens da espécie não tenham contato com ambiente marinho.

Regra geral opte por adquirir e manter espécimes juvenis em água levemente salobra.

Comportamento

Seu comportamento é tímido e pacífico, podendo ser mantido em grupos da mesma espécie em aquário mono espécie, uma vez que dificilmente conseguirá competir por alimentos e poderá morrer por inanição.

Espécime com coloração vermelha, aparentemente resultado de anos de reprodução seletiva obtida por criadores da República Checa. Imagem cortesia de Mike Tuccinardi/Segrest Farms.

Reprodução

Ovovivíparo. Adultos reproduzem em rios costeiros, córregos ou lagos, e os ovos fertilizados são transportados pelo macho em uma bolsa incubadora que se estende ao longo de toda a sua superfície ventral. Existem relatos de que se reproduzem somente em águas continentais.

O ritual de reprodução é similar a seus congêneres com a fêmea desovando sobre a bolsa do macho. Os ovos se prendem à sua abertura anal e são cobertos por duas dobras laterais que formam o saco. Os ovos permanecem na bolsa do macho por vários meses.

Dimorfismo Sexual

Machos são mais coloridos e apresentam a bolsa incubadora.

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural alimentavam-se principalmente de copépodes, secundariamente de pequenos  insetos e larvas.

Em aquário dificilmente irá aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos como artêmias ou congelados.

Etimologia: Enneacampus; ennea (grego) = nove vezes + kampe (grego) = curvatura

SinônimosSyngnathus ansorgii, Syngnathus pulchellus, Syngnathus olssoni.

Referências

  1. Dawson, C.E., 1986. Syngnathidae. p. 281-287. In J. Daget, J.-P. Gosse and D.F.E. Thys van den Audenaerde (eds.) Check-list of the freshwater fishes of Africa (CLOFFA). ISNB, Brussels; MRAC, Tervuren; and ORSTOM, Paris. Vol. 2. (Ref. 4127)
  2. Breder, C.M. and D.E. Rosen, 1966. Modes of reproduction in fishes. T.F.H. Publications, Neptune City, New Jersey. 941 p.
  3. Riehl, R. and H.A. Baensch, 1991. Aquarien Atlas. Band. 1. Melle: Mergus, Verlag für Natur-und Heimtierkunde, Germany. 992 p.
  4. Romero, P., 2002. An etymological dictionary of taxonomy. Madrid, unpublished.
  5. Bousso, T., da Costa, L., Lalèyè, P. & Moelants, T. 2010. Enneacampus ansorgii . The IUCN Red List of Threatened Species 2010: e.T167999A6433719. Downloaded on 22 March 2017.
  6. Reef to Rainforest Media: Arriving Soon: Tank-Raised African Freshwater Pipefish

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Março/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 880 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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