Peixe Beijador (Helostoma temminkii)

 

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Classificação

Classe: Actinopterygii  • Ordem: Anabantiformes • Família: Helostomatidae

Nome binomial: Helostoma temminkii (Cuvier, 1829)

Sinônimos: Helostomi temmincki, Helostoma temminckii, Helostoma temmincki

Grupo Aquário: Gouramis, Labirintídeos

Nomes comuns

Beijador, Gourami Beijador. Inglês: Kissing gourami, Green kissing gourami, Green kisser,

Ambiente & parâmetros da água

Bentopelágico, potamódromos; água doce • pH: 6.4 – 7.6 • Dureza: 5 – 19 • Clima: tropical; 22°C – 28°C

Encontrado comumente em ambiente de água lenta (lêntico) ou águas permanentes, incluindo lagos de várzeas, lagoas e pântanos. Muitas vezes encontrado sob densa vegetação aquática e águas negras. Embora espécimes selvagens são encontrados em diferentes tipos de água, dado sua grande resistência, em aquário a maioria dos espécimes provém de cativeiro e são menos tolerantes a pH muito ácido ou muito alcalino, devendo ser mantido próximo da neutralidade.

Distribuição 

Ásia, Tailândia até Indonésia. Originalmente descrito na ilha de Java, atualmente aceito ao longo de grande parte do Sul da Indochina e arquipélago Malaio, incluindo Bacia Dong Nai, Mekong, Tapi e Chao Phraya.

Países: Camboja, Indonésia, Malásia, Tailândia. Introduzido em Filipinas, Singapura, Sri Lanka e Colômbia.

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Mapa por Discover Life

Tamanho adulto

30 cm (comum 15-20 cm) • Estimativa de vida: 10 anos +

Manutenção em aquário & Comportamento

Aquário com dimensões mínimas de 120 cm X 50 cm X 50 cm (300 litros) requerido. A escolha da decoração do aquário é indiferente. Plantas podem ser inseridas embora eles comerão a grande maioria com exceção de plantas de folhas duras como algumas Anubias e Microsorum, além de rochas e raízes para efeito decorativo.

Seu comportamento em geral é pacífico, reservando sua agressividade frente a outros Gouramis. Pode se tornar agressivo se mantido em espaço pequeno. Indicado ser mantido com peixes resistentes e de mesmo porte como alguns ciclídeos, ciprinídeos, bagres, mastacembelideos, entre outros.

Embora algumas literaturas indiquem ser uma espécie gregária, trata-se de uma espécie solitária formando cardumes somente em estágio juvenil.

Alimentação

Onívoro (essencialmente herbívoro), em seu ambiente natural alimenta-se principalmente de algas, plantas e insetos.

Em cativeiro aceitará alimentos secos e vivos, devendo ser fornecido regularmente alimentos com base vegetal, spirulina e secundariamente alimentos vivos ou ricos em proteínas (tubifex, bloodworm, artêmia, etc.).

Reprodução e dimorfismo sexual

Ovíparo. Desova ocorre geralmente entre vegetação flutuante e os ovos eclodem em cerca de 24-48h e alevinos nadam livremente após 2 ou 3 dias . Pais não exibem cuidado parental, sendo um dos poucos anabantoides com este comportamento.

Dimorfismo sexual

Fêmeas adultas são mais gordas que os machos principalmente quando estão cheia de ovos. Não há outras formas evidentes externamente para distinguir a sexagem da espécie, muitos consideram uma espécie monomorfa.

Galeria de imagens

Helostoma temminkii

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Espécime selvagem e sua coloração original

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Descrição

Apresenta coloração branca rosada, verde prateada ou avermelhada. Sua principal característica é o hábito de “beijar” os companheiros, daí seu nome popular: Beijador. É uma espécie ornamental bastante comum e resistente.

A variedade branca rosada é amplamente difundida no aquarismo, mas não ocorre naturalmente sendo uma variedade leucistica obtida através de cruzamento seletivo para fins ornamentais, variedades “short body” ou “balão” idem. Sua forma selvagem apresenta coloração cinza esverdeado e raramente encontrado no aquarismo. A forma branca rosada muitas vezes é referida como H. rudolfi, se tornando sinônimo de H. temminkii na classificação atual.

Não se sabe ao certo o porquê do hábito de “beijar” outros peixes, mas estudos indicam que pode estar relacionado a dominância social ou disputas hierárquicas (territorialismo) ou em alguns casos pode estar relacionado a reprodução, seja pela disputas entre machos pelas fêmeas ou durante a formação de casais.

É uma espécie micrófaga, se alimentando de pequenas partículas ou seres microscópicos filtrados através das paredes de pequenas dimensões e estrutura modificada de suas guelras. Apresenta lábios carnudos com dentes usados para raspar algas e outros microrganismos em superfícies submersas, porém não apresenta dentes adicionais sobre as mandíbulas ou palato de modo que o peixe é incapaz de esmagar ou morder objetos maiores.

Podem respirar oxigênio atmosférico através de seu órgão acessório conhecido como labirinto. Este órgão é formado por uma modificação no primeiro arco branquial, altamente vascularizado e ricamente irrigado por vasos sanguíneos, que faz com que o ar passe bem próximo da corrente sanguínea, proporcionando a troca de oxigênio com o sangue por meio de difusão. A estrutura do órgão varia de complexidade entre as espécies, tendendo a ser mais desenvolvido em espécimes que habitam ambiente privado de oxigênio.

Referências

  1. Riehl, R. and H.A. Baensch, 1991. Aquarien Atlas. Band. 1. Melle: Mergus, Verlag für Natur-und Heimtierkunde, Germany. 992 p.
  2. Kottelat, M., A.J. Whitten, S.N. Kartikasari and S. Wirjoatmodjo, 1993. Freshwater fishes of Western Indonesia and Sulawesi. Periplus Editions, Hong Kong. 221 p.
  3. Riede, K., 2004. Global register of migratory species – from global to regional scales. Final Report of the R&D-Projekt 808 05 081. Federal Agency for Nature Conservation, Bonn, Germany. 329 p.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Janeiro/2015
Colaboradores (collaboration): –

 

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.