Lambari Prata (Probolodus heterostomus)

 
Espécime de 7.3 cm capturado no rio Paraibuna, cidade de Paraibuna (SP)
Espécime de 7.3 cm capturado no rio Paraibuna, cidade de Paraibuna (SP)

Probolodus heterostomus (Eigenmann, 1911)

Nome Popular: Lambari, Lambari Prata — Inglês: Mimic scale-eating tetra

Família: Characidae (Caracídeos)

Distribuição: América do Sul, bacias costeiras do sudeste do Brasil

Tamanho Adulto: 10 cm

Expectativa de Vida: 5 anos +

Temperamento: Pacífico

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 L)

Temperatura: 20°C a 28°C

pH: 5.0 a 7.6 – Dureza: 10 a 30

Visão Geral

Probolodus-heterostomus-lambari-prata2
O peixe a esquerda é um Astyanax parahyba e o da direita P. heterotremus. É notável o mimetismo frente a outros pequenos caracídeos para se aproveitar e comer suas escamas.

Sua distribuição está restrito a bacias costeiras da região sudeste do Brasil, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Ocorre em afluentes de várzea, lagos e riachos, geralmente sob cobertura florestal.

Mistura-se a outros cardumes de pequenos caracídeos, principalmente do gênero Astyanax,  para se alimentar de suas escamas. A semelhança desta espécie com sua presa habitual é um exemplo de mimetismo agressivo. O peixe segue de perto a presa pretendida misturando-se ao cardume, se posicionando normalmente em sua retaguarda com a boca amplamente aberta e ataca os flancos de sua presa removendo parte de suas escamas e engolindo imediatamente. Após o ataque, o predador acaba retornando para o cardume novamente e aguardando uma nova oportunidade.

O hábito de comer escamas pode ter origem eminentemente social por meio de agressão inter-específica. Além de escamas, esta espécie alimenta-se ocasionalmente de insetos, pequenos crustáceos e matéria vegetal.

Aquário & Comportamento

Preferem aquário com bastante plantas formando zonas sombrias. Mostram-se mais coloridos e ativos quando mantidos em aquário densamente plantado. Pode-se adicionar raízes e folhas secas (opcional) como decoração.

É uma espécie gregária que forma hierarquia livre, com machos rivais disputando continuamente entre eles a atenção das fêmeas e posição hierárquica dentro do cardume.

Possui fama de mordiscar as nadadeiras de peixes lentos ou de longas nadadeiras. Este comportamento fica mais evidente quando mantidos em número insuficiente ou quando o espaço é limitado.

Reprodução & Dimorfismo Sexual

Ovíparo. O macho conduzirá a fêmea liberar os ovos que serão fecundados e sua maioria irá para o fundo. Eclodem em até dois dias e larvas estarão nadando livremente em até 48 h. Pais não exibem cuidado parental.

O dimorfismo sexual é evidente em espécimes adultos, o macho apresenta corpo de forma retilínea e coloração mais intensa, enquanto fêmea possui corpo mais roliço e cores mais pálidas, além de ser um pouco maior.

Alimentação

Onívoro. Alimenta-se de escamas de peixes, insetos e secundariamente plantas. Em cativeiro aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

EtimologiaProbolodus; pro (grego) = frente + ballo (grego) = jogar, jogado + grego, odous = dentes. El alusão a posição de seus dentes.

Referências

  1. Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
  2. Lucena, C.A.S., 1998. Relaçocões filogenéticas e definição do género Roeboides, Günther (Ostariophysi; Characiformes; Characidae). Comun. Mus. Ciênc. Tecnol. PUCRS, Sér. Zool. Porto Alegre (CMCT), 11:19-59.
  3. Paganelli, H.H. and P.M. Galetti Jr., 1986. Análise cariotipica nos gêneros Probolodus e Astyanax (Pisces, Characidae). I. Simp. Citogenet. Evol. e Aplic. de Peixes Neotropicais, Sao Carlos-SP, p.53 (abstract).
  4. Sazima, I., 1977. Possible case of aggressive mimicry in a neotropical scale-eating fish. Nature 270(5637):510-512.
  5. Sazima, I., 1983. Scale-eating in characoids and other fishes. Environ. Biol. Fish. 9(2):87-101.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Agosto/2016

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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