Nannostomus mortenthaleri (Paepke & Arendt, 2001)
Ficha Técnica
Ordem: Characiformes — Família: Lebiasinidae (Lebiasinídeos)
Nomes Comuns: Peixe-lápis Vermelho — Inglês: Red pencilfish
Distribuição: América do Sul, bacia Amazônica
Tamanho Adulto: 3 cm
Expectativa de Vida: 3 anos +
Comportamento: pacífico, gregário
pH: 4.0 a 7.0 — Dureza: 1 a 4
Temperatura: 22°C a 28°C
Distribuição e habitat
Sua distribuição parece estar restrita a bacia do rio Nanay em Loreto, além do sistema do rio Tigre um pouco mais a oeste. Ambos no Peru.
Ocorre em ambiente lêntico, pequenos rios e áreas pantanosas, principalmente em áreas com densa vegetação aquática ou em meio a raízes submersas e folhas no substrato.
É freqüentemente encontrado em áreas de florestas inundadas e lagos de várzea em regiões de águas negras. Este habitat típico apresenta águas rasas com dureza praticamente nula, baixa condutividade e um pH entre 4.0 a 6.0. Espécies simpátricas compreendem pequenos caracídeos, outros lebiasinídeos e ciclídeos anões do gênero Apistogramma.
Descrição
Conhecido por inúmeros nomes comuns como Zepelim, Zepelim Vermelho, Peixe Lápis, Torpedinho, Torpedinho Vermelho, Peixe Lápis Peruano, entre outros.
Formam grandes grupos onde os machos dominantes defendem constantemente seu território.
Inicialmente descrito como uma sub-espécie de N. marginatus, seu patamar foi elevado para espécie em 2003 por Weitzman. Existem inúmeras chaves de identificação que distingue tais espécies, porém o padrão de cor talvez seja a maneira mais fácil de identificar N. mortenthaleri e as duas espécies estreitamente relacionadas N. marginatus e N. rubrocaudatus.
N. marginatus é imediatamente distinguido dos outros dois pelo fato de não possuir pigmentação vermelha no corpo em espécimes machos, mas N. mortenthaleri e N. rubrocaudatus são facilmente confundidos.
Os machos de N. rubrocaudatus podem ser distinguidos de N. mortenthaleri pelo fato de que a pigmentação vermelha na metade traseira do corpo é púrpura e mais uniforme do que em N. mortenthaleri. Em época não reprodutiva, apenas exibe coloração vermelha primária e listras laterais secundárias.
Em N. rubrocaudatus a porção anterior da nadadeira dorsal é vermelha e a porção distal é hialina, as nadadeiras ventrais são avermelhadas proximalmente, hialinas distalmente, enquanto que em N. mortenthaleri apresenta uma mancha branca na base anterior da nadadeira dorsal e a parte distal da nadadeira é vermelha, as nadadeiras ventral e anal são mais ou menos inteiramente vermelhas.
Nas fêmeas de N. rubrocaudatus o espaço entre as faixas laterais primárias e secundárias é prateado com uma faixa avermelhada abaixo da faixa escura primária, localizado na parte posterior do corpo e um pequeno remendo vermelho entre as faixas primária e terciária anterior à nadadeira anal, enquanto Em N. mortenthaleri toda a área entre listras primárias e secundárias é avermelhada.
Nos machos, as nadadeiras ventral e anal são vermelhas proximalmente e hialinas distalmente em N. rubrocaudatus , mais ou menos uniformemente avermelhadas em N. mortenthaleri.
A família Lebiasinidae está inclusa na ordem Characiformes e muitas vezes dividida nas subfamílias nominais Lebiasininae e Pyrrhulininae, embora não tenha havido uma revisão importante destes grupos nos últimos anos.
Todos os gêneros lebiasinídeos possuem uma forma corporal relativamente alongada com 17-33 escalas na série lateral e sistema de canal laterosensorial ausente ou reduzido a 7 escalas ou menos. Algumas espécies apresentam nadadeira adiposa enquanto outras não, e a nadadeira anal tem uma base relativamente curta de 13 escalas ou menos.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 60cm de comprimento e 30cm de largura desejável.
Deve ser mantido preferencialmente em aquário plantado. Sistema de filtragem deverá ser eficiente sem causar forte fluxo na água, algo pouco apreciado pela espécie.
Apreciado por aquarista nomeadamente por sua tendência a viver em grupos e pelo hábito de nadar com o corpo orientado para cima.
Comportamento
Relativamente pacífico podendo ser mantido em aquário comunitário com peixes igualmente pacíficos e de pequeno porte. Deve-se manter em pelo 10 espécimes ou mais.
Gregários por natureza, machos são agressivos entre si disputando território e fêmeas frequentemente. Razão pela qual quanto maior o grupo melhor. Desta forma qualquer agressão será espalhada entre todos os indivíduos e não somente sobre os mais fracos.
Reprodução
Ovíparo. São considerados disseminadores livres, fêmea libera os ovos livremente entre folhas que serão fecundados pelo macho em seguida. Larvas eclodem em até dois dias e estarão nadando livremente em até seis dias. Não ocorre o cuidado parental.
Dimorfismo Sexual
Os machos adultos são visivelmente menos acinzentados e muito mais coloridos do que as fêmeas, além de exibirem uma marcação branca na base da nadadeira dorsal.
Alimentação
Onívoro. Em seu ambiente natural de alimenta de pequenos invertebrados como vermes, crustáceos e insetos, além de zooplâncton.
Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.
Etimologia: Nannostomus; nannus (latim) = pequeno + stoma (grego) = boca. Em referência a sua pequena boca.
Mortenthaleri; nomeado em homenagem a Martin Mortenthaler, descobridor da espécie.
Sinônimos: Nannostomus marginatus mortenthaleri
Referências
- Weitzman, M. and S.H. Weitzman, 2003. Lebiasinidae (Pencil fishes). p. 241-251. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
- Oliveira, CA, GS Avellino, KT Abe, TC Mariguela, RC Benine, G. Orti, RP Vari, and RM Corrêa e Castro, 2011 – BMC Evolutionary Biology 11(1): 275-300
Phylogenetic relationships within the speciose family Characidae (Teleostei: Ostariophysi: Characiformes) based on multilocus analysis and extensive ingroup sampling. - Weitzman & Weitzman in: Reis, RE, SO Kullander, and CJ Ferraris, Jr. (eds), 2003 – EDIPUCRS, Porto Alegre: i-xi + 1-729 Check list of the freshwater fishes of South and Central America. CLOFFSCA.
- Zarske, A., 2009 – Vertebrate Zoology 59(1): 11-23 Nannostomus rubrocaudatus sp. n. – ein neuer Ziersalmler aus Peru (Teleostei: Characiformes: Lebiasinidae).
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Fevereiro/2017
Colaboradores (collaboration): –
Gostaria de saber se poderiam me esclarecer uma dúvida sobre esta espécie do peixe LAPIS VERMELHO.
Tenho um aquário onde crio Neon Cardinal, Tanictis, Rodostomos,Lapis Preto, Foguinho e Neon Cardinal Verde.
e navegando aqui no site do Aquarismo Paulista para pesquisar e sobre algumas outras espécies que poderia colocar no aquário encontrei a do LAPIS VERMELHO que achei muito bonito e interessante.
Busquei este peixe por lojas on line onde encontrei uma, vi o link verifiquei tudo, e as informações estavam muito parecidas com o que tinha visto aqui neste site, liguei falei com a pessoa para me certificar sobre o peixe, ela me enviou um link onde mostrou o LAPIS VERMELHO.
Expliquei que moro a 450Km de São Paulo, mas ,e disseram que isto não era problema que me enviariam e me garantiram que os peixes chegariam todos vivos, comprei 12 unidades.
Assim que recebi, abri a embalagem e e realmente todos estavam vivos, porém achei estranho porque todos estavam sem cor, a principio achei que isto poderia ser em função do extares da viagem, os peixes eram iguais aos LAPIS PRETOS que eu já tinha no aquário, mas passados 3 dias liguei para loja para saber se não tinham enganado com os peixes que me enviaram.
E a pessoa que me vendeu me atendeu e falou que ia passar para o Biólogo responsável da loja para falar comigo e me explicar sobre este peixe, onde recebi a seguinte informação:
Que este peixe só adquire a coloração vermelha nos machos após 3 anos de idade e isto ocorre apenas na época do acasalamento e o aquário precisa ter uma vegetação bastante densa e de pouca luminosidade.
Honestamente isto não me convenceu em hipótese alguma, por isto gostaria de saber se poderiam me informar se está explicação procede.
Os machos adquirem a coloração depois de uns seis meses de vida. Os parâmetros do aquário também devem estar adequados para que mostrem suas cores, além de ter vários machos para rivalizarem entre si.
Edson agradeço a sua atenção, agora estou certo que tenho a informação mais correta por isto recorri à este site acreditando que você com todo seu conhecimento poderia me esclarecer esta situação.
Fico feliz em ter ajudado 🙂