Oryzias curvinotus (Nichols & Pope, 1927)

Nome Popular: Peixe Arroz de Hainan — Inglês: Hainan Medaka, Hainan ricefish
Ordem: Beloniformes — Família: Adrianichthyidae
Distribuição Ásia; China e Vietnã
Tamanho Adulto: Cerca de 4 cm (comum 2 cm)
Expectativa de Vida: Na natureza cerca de um ano, em cativeiro 3 anos
pH: 6.0 a 8.0 — Dureza: –
Temperatura: 22°C a 30°C
Posição no aquário: Meio / Superfície
Nível de dificuldade: Fácil
Distribuído na Ilha Tainan (China), daí seu nome comum. Relatado por Sam A. Tsuen em novos territórios na Península de Chi Ma Wan, na Ilha de Lantau, em Hong Kong, além ser observado em pesquisas na província de Quang Ninh no Vietnã.
Espécie ameaçada severamente pela degradação de seu ambiente natural, como os arrozais e cursos de água, que diminuíram ou sumiram drasticamente. Além do governo seguir a medida convencional adotada em todo o mundo (por volta de 1940) de introduzir o Peixe-mosquito (Gambusia affinis), um peixe nativo do sudeste da América e do México, em rios locais na tentativa de resolver os problemas dos mosquitos. Infelizmente, a alta adaptabilidade, poder reprodutivo e invasividade do Peixe-mosquito causou um desequilíbrio ecológico e impactou a sobrevivência do Peixe-arroz.
Nos últimos anos vem sendo realizado um trabalho de restauração para salvar Oryzias curvinotus. Um grupo de conservação lançou um esquema de restauração em Lai Chi Wo em 2018. O grupo capturou dezenas de Oryzias curvinotus da população de So Lo Pun, a cerca de 2 quilômetros de Lai Chi Wo, com base na triagem genética.

Após a reprodução em laboratório, algumas centenas de peixes foram liberados no curso superior de Lai Chi Wo em etapas. Os peixes foram primeiro condicionados em caixas de plástico especialmente projetadas para que pudessem se adaptar gradualmente ao novo ambiente e só foram liberados na natureza após vários meses. O programa de três anos aumentou a população consideravelmente.
Atualmente, as espécies de peixes podem ser encontradas na maioria das terras agrícolas e cursos d’água restaurados. Há um bom progresso com o trabalho de restauração e espera-se que a população de peixes possa se integrar bem ao ecossistema a longo prazo. (Fonte Green Power).
Ao contrário de outras espécies de Medakas, esta espécie não é tão resistente quando criado em aquário. Bastante prolífero, com fêmeas capazes de reproduzir quase diariamente quando em boas condições.
Os membros da família Adrianichthyidae frequentemente são chamados de “peixes-arroz”, em referência à tendência de alguns membros do gênero de habitar campos de arroz. Eram tradicionalmente considerados membros da ordem Cyprinodontiformes, portanto, estão intimamente relacionados ao grupo dos Killifishes.
Embora Rosen e Parenti os terem reclassificado dentro do grupo Beloniformes em 1981, algumas publicações ainda os classificam como Killifish.
O membro mais conhecido da família é o Medaka ou Peixe-arroz japonês, Oryzias latipes, que tem sido amplamente utilizado como organismo modelo em biologia genômica e experimental por mais de um século e foi o primeiro animal vertebrado a acasalar no espaço em meados da década de 1990.
Entre tantos testes, vale destacar que por meio da tecnologia transgênica que embriões de Oryzias latipes têm uma proteína fluorescente implantada; sendo muito sensível à toxicidade. O embrião expressa fluorescência quando a toxicidade está presente em uma solução. O teste é rápido e confiável.
Aquário Mínimo: 40 cm comprimento X 30 cm largura — quando mantido em aquário densamente plantado com substrato escuro exibem coloração bastante chamativa, além das plantas servirem de refúgio para alevinos se desenvolverem em meio aos adultos. Outros adornos consistem no uso de raízes e alguns galhos. Plantas de superfície também é bastante apreciada pela espécie.

Comportamento & Compatibilidade: Seu comportamento em aquário é bem semelhante aos Poecilídeos com machos sempre à procura das fêmeas para reproduzir. Razão pela qual deverá ter um número maior de fêmeas junto aos machos. São pacíficos e podem ser criados em aquário comunitário com espécies igualmente pacíficas e de pequeno porte. Aquaristas mais experientes costumam manter em aquário mono espécie.
Alimentação: É um micro predador que se alimenta de pequenos insetos, larvas, crustáceos e zooplâncton na natureza. Em aquário aceitam alimentos secos e vivos sem dificuldades.
Reprodução: Sua reprodução é conhecida como “criação pélvica”, em alusão as fêmeas carregarem os ovos em sua nadadeira pélvica. Em época de reprodução os machos normalmente escurecem sua coloração e defendem pequenos territórios contra outros machos, enquanto tentam atrair as fêmeas.
Os ovos são expelidos pela fêmea e fertilizados pelo macho, permanecendo pendurados no poro genital da fêmea por um curto período antes de serem depositados individualmente em pequenos aglomerados entre a vegetação ou em meio a raízes.
Dimorfismo Sexual: Os machos adultos são mais coloridos, possuem nadadeiras dorsais e anais mais longas e têm um corpo mais fino que o das fêmeas. A papila genital nos machos forma um tubo curto e ligeiramente cônico, enquanto nas fêmeas é bilobada.

Biótopo: Seus habitats incluem corpos d’água de fluxo lento, como os cursos inferiores de córregos e rios e os pântanos além. Os peixes geralmente nadam lentamente, em cardumes, perto da superfície da água. Eventualmente foram encontrados em água levemente salobra.
Etimologia: Oryzias : do grego ὄρυζα (oryza), que significa ‘arroz’, em referência à tendência de alguns membros do gênero de habitar campos de arroz.
Sinônimos: Aplocheilus curvinotus
Referências:
- Eschmeyer, William N.; Fricke, Ron & van der Laan, Richard (eds.). “Aplocheilus curvinotus”. Catalog of Fishes. California Academy of Sciences.
- Hau Duc Tran & Thuy Thi Ta (2016). “Dependence of Hainan medaka, Oryzias curvinotus (Nichols & Pope, 1927), on salinity in the Tien Yen estuary of northern Vietnam”. Animal Biology.
- Huber, J.H., 1996. Killi-Data 1996. Updated checklist of taxonomic names, collecting localities and bibliographic references of oviparous Cyprinodont fishes (Atherinomorpha, Pisces). Société Française d’Ichtyologie, Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris, France
- Nichols, J.T., 1943. The freshwater fishes of China. Natural history of Central Asia: Volume IX. The American Museum of Natural History, New York, USA
Publicado em Fevereiro/2025
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