Oryzias latipes (Temminck & Schlegel, 1846)

Nome Popular: Peixe Arroz Japonês, Medaka — Inglês: Japanese rice fish, Japanese medaka
Ordem: Beloniformes — Família: Adrianichthyidae
Distribuição: Ásia; Japão, Coreia, China e Vietnã
Tamanho Adulto: Cerca de 4 cm
Expectativa de Vida: Na natureza cerca de um ano, em cativeiro 3 anos
pH: 6.5 a 8.5 — Dureza: –
Temperatura: 16°C a 28°C
Posição no aquário: Meio / Superfície
Nível de dificuldade: Fácil
Distribuído a partir do Japão e o entendimento atual o considera supostamente restrito a uma área correspondente, mais ou menos, aos limites dos mares da China Oriental e Meridional e do Mar do Japão Meridional. Registrado no Laos, Vietnã, grande parte do leste da China (incluindo as ilhas de Hainan e Hong Kong), Taiwan, leste da Coreia e Japão, das Ilhas Ryuku no sul até Honshu no centro do arquipélago.
Foi introduzido e se tornou praga em vários países, incluindo Estados Unidos, Cuba, Cazaquistão, Turcomenistão, Irã e Rússia (de onde invadiu a bacia do Mar Negro).
O Medaka é um animal de estimação popular desde o século XVII no Japão. Sua coloração natural normalmente é esbranquiçada a prateada. No entanto, muitas variedades de cores seletivamente criadas estão disponíveis, como laranja, dourado, preto, rosa, albino e até mesmo variantes transgênicas “brilhantes” geneticamente modificados, obtidos da proteína fluorescente extraída de águas-vivas e fixada ao DNA em peixes embrionários.

Certamente o membro mais conhecido dos Medakas é o Oryzias latipes, que tem sido amplamente utilizado como organismo modelo em biologia genômica e experimental por mais de um século e foi o primeiro animal vertebrado a acasalar no espaço em meados da década de 1990.
Esta espécie recebeu a primazia de ter sido o primeiro vertebrado a acasalar no espaço. O resultado do acasalamento foi uma descendência de peixes saudáveis, nascidos no ônibus espacial Columbia em 1994.
Os membros da família Adrianichthyidae frequentemente são chamados de “peixes-arroz”, em referência à tendência de alguns membros do gênero de habitar campos de arroz. Eram tradicionalmente considerados membros da ordem Cyprinodontiformes, portanto, estão intimamente relacionados ao grupo dos Killifishes.
Embora Rosen e Parenti os terem reclassificado dentro do grupo Beloniformes em 1981, algumas publicações ainda os classificam como Killifish.
Espécie resistente para se criar em aquário e bastante prolífero, com fêmeas capazes de reproduzir quase diariamente quando em boas condições.
Aquário Mínimo: 40 cm comprimento X 30 cm largura — quando mantido em aquário densamente plantado com substrato escuro exibem coloração bastante chamativa, além das plantas servirem de refúgio para alevinos se desenvolverem em meio aos adultos. Outros adornos consistem no uso de raízes e alguns galhos. Plantas de superfície também é bastante apreciada pela espécie.
A exposição permanente a condições quentes provavelmente resultará em uma vida útil mais curta e, em muitos países/casas bem isoladas, é melhor mantê-la sem aquecimento artificial durante todo o ano.
Comportamento & Compatibilidade: Seu comportamento em aquário é bem semelhante aos Poecilídeos com machos sempre à procura das fêmeas para reproduzir. Razão pela qual deverá ter um número maior de fêmeas juntos aos machos. São pacíficos e podem ser criados em aquário comunitário com espécies igualmente pacíficas e de pequeno porte. Aquaristas mais experientes costumam manter em aquário mono espécie.

Alimentação: É um micro predador que se alimenta de pequenos insetos, larvas, crustáceos e zooplâncton na natureza. Em aquário aceitam alimentos secos e vivos sem dificuldades.
Reprodução: Sua reprodução é conhecida como “criação pélvica”, em alusão as fêmeas carregarem os ovos em sua nadadeira pélvica. Em época de reprodução os machos normalmente escurecem sua coloração e defendem pequenos territórios contra outros machos, enquanto tentam atrair as fêmeas.
Os ovos são expelidos pela fêmea e fertilizados pelo macho, permanecendo pendurados no poro genital da fêmea por um curto período antes de serem depositados individualmente em pequenos aglomerados entre a vegetação ou em meio a raízes.
Larvas eclodem e nadam livremente de uma a três semanas dependendo da temperatura. Não ocorre cuidado parental e pais podem predar os alevinos.
Dimorfismo Sexual: Os machos adultos são mais coloridos, possuem nadadeiras dorsais e anais mais longas e têm um corpo mais fino que o das fêmeas. A papila genital nos machos forma um tubo curto e ligeiramente cônico, enquanto nas fêmeas é bilobada.

Biótopo: Tende a ocorrer em águas costeiras, mas é adaptável e foi coletado em uma variedade de tipos de habitat, desde manguezais fortemente salobros e influenciados pelas marés até riachos florestais de água doce e ácidos , arrozais, canais agrícolas, grandes bacias hidrográficas , lagoas e meandros. Relatado até mesmo no Oceano (Mar Negro). É uma espécie anfídromo, ou seja, passa da água salgada para a doce em algum momento de sua vida.
Etimologia: Oryzias; do grego ὄρυζα (oryza), que significa ‘arroz’, em referência à tendência de alguns membros do gênero de habitar campos de arroz. Latipes; do latim latipes, que significa “pés largos”.
Sinônimos: Aplocheilus latipes, Poecilia latipes
Referências:
- Roberts, T.R., 1998. Systematic observations on tropical Asian medakas or ricefishes of the genus Oryzias, with descriptions of four new species. Ichthyol. Res.
- Iwamatsu, T., 2004. Stages of normal development in the medaka Oryzias latipes. Mech. Develop.
- Balon, E.K., 1990. Epigenesis of an epigeneticist: the development of some alternative concepts on the early ontogeny and evolution of fishes. Guelph Ichthyol. Rev.
- Huber, J.H., 1996. Killi-Data 1996. Updated checklist of taxonomic names, collecting localities and bibliographic references of oviparous Cyprinodont fishes (Atherinomorpha, Pisces). Société Française d’Ichtyologie, Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris, France
- Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ.
- Nakabo, T., 2002. Fishes of Japan with pictorial keys to the species, English edition I. Tokai University Press, Japan
- Yamamoto, T., 1975. Medaka (killifish): Biology and strains. Keigaku Pub. Co., Tokyo
Publicado em Abril/2025
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