Paracheirodon simulans (Géry, 1963)
Nome Popular: Tetra Neon Verde – Inglês: Green neon tetra
Ordem: Characiformes — Família: Characidae (Caracídeos)
Distribuição: América do Sul, bacia Amazônica
Tamanho Adulto: 2 cm
Expectativa de Vida: 3 a 5 anos +
pH: 4.0 a 6.5 — Dureza: 1 a 4
Temperatura: 24°C a 34°C
Aquário Mínimo: 60 cm (comprimento) X 30 cm (largura) desejável — Prefere aquário com bastante plantas formando áreas sombreadas. Mostram-se mais coloridos e ativos quando mantidos em aquário densamente plantado. Pode-se adicionar raízes e folhas secas (opcional) como decoração.
Comportamento & Compatibilidade: É uma espécie pacífica e gregária que forma hierarquia livre, podendo ser mantido em aquário comunitário com peixes de tamanho diminuto. Será importante manter em cardume com pelo menos 10 espécimes para que mostrem seu comportamento natural e cores mais realçadas.
Alimentação: Onívoro. Alimenta-se de vermes e pequenos crustáceos, mesofauna, algas, detritos, frutos, etc. Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.
Reprodução: Ovíparo. O macho conduzirá a fêmea liberar os ovos, que serão fecundados e sua maioria irá para o fundo do substrato ou aglomerado de plantas. Eclodem em até dois dias e larvas estarão nadando livremente em até 48 h. Pais não exibem cuidado parental.
Dimorfismo Sexual: Fêmeas são ligeiramente maiores e mais largas que os machos, principalmente na região ventral. Machos adultos apresentam uma espécie de gancho na nadadeira pélvica e seu corpo é retilíneo.
Biótopo: Diferentemente de seus congêneres P. innesi e P. axelrodi, esta espécie ocorre exclusivamente em ambientes de águas negras. Tais habitats contêm tipicamente águas de fluxo lento a moderado, com vegetação ribeirinha e substrato arenoso, frequentemente suspensos, cobertos por galhos caídos, raízes de árvores e folhas em decomposição. A água é tipicamente ácida, de dureza e condutividade de carbonato insignificante e tingida de marrom devido à presença de substâncias húmicas liberadas pela decomposição da matéria orgânica.
Embora ocorra em uma faixa similar a P. axelrodi, as duas espécies não são encontradas juntas e o P. simulans tende a ocorrer em águas mais quentes. A temperatura em seus habitats naturais foi registrada entre 24,6°C a 35,2°C e pode ter evoluído para uma tolerância natural a altas temperaturas.
Etimologia: Paracheirodon, do grego pará, que significa “relacionado a” + nome genérico Cheirodon. Simulans; do latim simulans, que significa “imitando, copiando, semelhante”.
Sinônimos: Hyphessobrycon simulans, Cheirodon simulans
Informações adicionais: Distribuído no Brasil, Colômbia e Venezuela. No Brasil é encontrado no estado de Roraima e Amazonas. Sua distribuição ocorre no médio e alto do rio Negro no Brasil e seu principal tributário, o rio Branco, além do sistema do rio Orinoco na região fronteiriça da Venezuela e Colômbia, entre San Fernando de Atabapo e a foz do Rio Meta.
Como em todos os indivíduos do gênero, alguns espécimes silvestres possuem um número variável de escamas metálicas douradas e são comercializados como “platina” ou “ouro”. Embora ocorra naturalmente, esta condição é causada por um parasita que estimula o aumento da deposição de guanina em suas escamas.
Pode ser confundido com seus congeneres. Para os aquaristas, as informações relevantes que diferem as espécies são as diferenças sutis no padrão de cor com P. simulans que diferem de P. innesi e P. axelrodi por possuir uma faixa lateral mais verde (vs. azul) que cobre mais (vs. menos) do olho a cabeça e se estende a base da nadadeira caudal (vs. terminação anterior à base da nadadeira caudal), uma quantidade menor (vs. maior) de pigmentação vermelha relativamente mais maçante (vs. mais brilhante) nos flancos.
A iridescência característica deste peixe é uma cor estrutural causada pela refração da luz sobre os cristais de guanina que se desenvolvem no interior das células especiais, conhecidas como iridócitos, na camada subcutânea. O tom exato do azul vai depender do ângulo de visão do aquarista em relação ao peixe – se o aquarista muda o ponto de vista, de modo a olhar para o peixe mais abaixo, a cor vai mudar tornando-se mais azul. Olhando mais de cima, esta cor torna-se mais esverdeada. Durante período noturno, apresentam coloração levemente castanho transparente.
A função da cor azul intensa em seus flancos pode ter evoluído como uma estratégia de evasão contra predadores de acordo com a hipótese de Ikeda e Kohshima (2009), que publicaram um estudo de campo desta espécie em riachos de águas negras próximo de Requena na Amazônia Peruana.
Os pesquisadores descobriram que a coloração brilhante da faixa lateral em Paracheirodon spp. é menos visível em águas negras, exceto quando visto de um ângulo limitado de cerca de 30° acima do horizonte, e que isso poderia ajudar a confundir predadores.
São capazes de alterar a intensidade de seu padrão geral de cores, tornando-se mais leve em condições de luz com substrato claro e água clara, e mais maçante com uma faixa lateral violeta à noite, e isso também pode ser uma resposta projetado para torná-los menos visível.
Enquanto a maioria dos caracídeos exibe um padrão de cor lateral, possuindo uma faixa lateral de cor escura com uma faixa dorsal mais leve, esse padrão se inverte em Paracheirodon e pode ser uma adaptação para formar imagens espelhadas. Como são encontrados em cardume na natureza, a imagem transmitida a potenciais predadores é que se trata de um peixe muito maior do que parece inibindo potenciais ataques, desta forma unindo sua coloração ao fato de estarem sempre em numeroso cardume, tornam-se elementos defensivos importantes para sua sobrevivência.
Assim como demais Tetras, apresentam uma pequena nadadeira adiposa e uma única fileira de dentes. Pode ser comercializado como “falso neon” ou “neon azul”.
Referências:
- Eschmeyer, W.N. (ed.), 1998. Catalog of fishes. Special Publication, California Academy of Sciences, San Francisco.
- Lima, F.C.T., L.R. Malabarba, P.A. Buckup, J.F. Pezzi da Silva, R.P. Vari, A. Harold, R. Benine, O.T. Oyakawa, C.S. Pavanelli, N.A. Menezes, C.A.S. Lucena, M.C.S.L. Malabarba, Z.M.S. Lucena, R.E. Reis, F. Langeani, C. Moreira et al. …, 2003. Genera Incertae Sedis in Characidae. p. 106-168. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
- Porto, J.I.R., E. Feldberg, C.M. Nakayama and J.N. Falcao, 1992. A checklist of chromosome numbers and karyotypes of Amazonian freshwater fishes. Rev. Hydrobiol. Trop. Robins, C.R., R.M. Bailey, C.E. Bond, J.R. Brooker, E.A. Lachner, R.N. Lea and W.B. Scott, 1991. World fishes important to North Americans. Exclusive of species from the continental waters of the United States and Canada. Am. Fish. Soc. Spec. Publ.
- Ikeda, T. and S. Kohshima, 2009 – Environmental Biology of Fishes – Why is the neon tetra so bright? Coloration for mirror-image projection to confuse predators?“Mirror-image decoy” hypothesis.
- Oliveira, CA, GS Avellino, KT Abe, TC Mariguela, RC Benine, G. Orti, RP Vari, and RM Corrêa e Castro, 2011 – BMC Evolutionary Biology – Phylogenetic relationships within the speciose family Characidae (Teleostei: Ostariophysi: Characiformes) based on multilocus analysis and extensive ingroup sampling.
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Outubro/2018
Colaboradores (collaboration): –
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