Guaru do Pará (Poecilia parae)

 
Poecilia parae (Eigenmann, 1894)

Ficha Técnica

Ordem: Cyprinodontiformes — Família: Poeciliidae (Poecilídeos)

Nomes Comuns: Barrigudinho, Guaru Pará — Inglês: Red Ferrari Guppy, Para Guppy

Distribuição: América do Sul, Guiana até delta do rio Amazonas no Brasil

Tamanho Adulto: 5 cm (machos 3 cm)

Expectativa de Vida: 2 anos

Comportamento: pacífico

pH: 7.0 a 7.6 — Dureza: 4 a 10

Temperatura: 24°C a 28°C

Distribuição e habitat

Ocorre em água continental em pequenos pântanos e riachos de fluxo lento, ao longo de densa vegetação ribeirinha e fundo arenoso. Pode ser encontrado em água salobra de estuários.

Distribuído desde Guiana até a foz do rio Amazonas no estado do Pará no Brasil, além de Guiana Francesa e Suriname.

Macho e fêmea de Poecilia parae coletados na Guiana. ( a ) red melanzona, ( b ) yellow melanzona, ( c ) blue melanzona, ( d ) parae, ( e ) immaculata ( f ) female. Immaculata macho foi fotografado um ano após sua coleta. Foto cortesia do artigo “Extreme polymorphism in a Y-linked sexually selected trait”

Descrição

Apresenta corpo comprido lateralmente, relativamente profundo, alongado e fusiforme. As nadadeiras são moderadamente longas e arredondadas. Pequena boca superior.

Forma lateralmente comprimida, relativamente profunda, alongada e fusiforme. As barbatanas são moderadamente longas e arredondadas. Pequena boca superior.

A coloração padrão dos machos é prata escura quando imaturos sexualmente. Opérculo, nadadeira dorsal e caudal apresentam cor verde claro. Pequenas manchas pretas cobrem a nadadeira dorsal. Alternando listras pretas, brancas e pretas adornam os raios superiores da nadadeira caudal. A nadadeira anal é cinza translúcida. Quatro a seis listras pretas abrangem o corpo da nadadeira anal até o pedúnculo caudal. As fêmeas e os machos imaturos apresentam coloração verde na monótona com ventre prata brilhante.

Existe cinco variedade morfológicas de cores entre os machos desta espécie: Parae, Melazona Vermelha, Melazona Amarela, Melazona Azul e Immaculata (vide imagem). Os corpos destes peixes são prata translúcido. Uma série de duas listras pretas envolve uma faixa colorida (vermelha, amarela e azul, respectivamente) se estendendo da nadadeira peitoral até os raios superiores da nadadeira caudal. Immaculata apresenta corpo prata livre de marcações. As fêmeas têm a coloração cinzenta monótona.

Criação em Aquário

Aquário com dimensões mínimas de 60 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.

Podem viver em água doce ou salobra. A água deverá ter fluxo lento e substrato preferencialmente arenoso e escuro. Plantas flutuantes ou musgos podem ser utilizados para prover sombreamento, bastante apreciado pela espécie.

Deixar uma área grande para praticarem natação, são peixes bastante ativos.

Comportamento

De comportamento extremamente pacífico, ideal para pequeno aquário ou aquário comunitário com espécies semelhantes.

Como a maioria dos micro poecilídeos, usar a proporção de um macho para duas ou três fêmeas. Uma vez que os machos incomodam as fêmeas constantemente para se reproduzirem.

Macho a esquerda e fêmea a direita respectivamente

Reprodução

Vivíparo. Fecundação interna, produz de cinco a quinze alevinos após cerca de 24 dias de gestação.

As fêmeas são sexualmente maduras aos 8 meses de idade, enquanto os machos atingem a maturidade sexual aos 6 meses. Dependendo da idade e tamanho da fêmea, o número de alevinos varia entre 5 e 15 após cerca de 24 dias de gestação. Os alevinos têm 7 mm de comprimento ao nascer. Os pais bem-nutridos não perseguem sua prole.

Dimorfismo Sexual

Os machos são menores, mais coloridos e possuem um gonopódio (nadadeira anal adaptada).

Alimentação

Onívoro. Em seu ambiente natural se alimenta basicamente de larvas de insetos e pequenos crustáceos.

Em aquário aceitará prontamente alimentos secos e vivos.

Etimologia: Poecilia; poikilos (Grego) = com muitas cores. Parae (latim) = Pará, em alusão ao estado brasileiro do Pará, uma das regiões onde é encontrado.

SinônimosPoecilia vivipara parae , Poecilia amazônica , Acanthophacelus melanzonus

Referências

  1. Lucinda, P.H.F., C.A. Figueiredo and K.E. Hartel, 2011. Designation of the lectotype of Poecilia amazonica Garman, 1895 (Cyprinodontiformes, Poeciliidae) and discussion of its nomenclatural status. Zootaxa 2751:63-64
  2. Lucinda, P.H.F., 2003. Poeciliidae (Livebearers). p. 555-581. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brazil.
  3. McAllister, D.E., 1990. A working list of fishes of the world. Copies available from D.E. McAllister, Canadian Museum of Nature, P.O. Box 3443, Ottawa, Ontario K1P 6P4, Canada. 2661 p. plus 1270 p. Index.
  4. Rodriguez, C.M., 1997. Phylogenetic analysis of the tribe Poeciliini (Cyprinodontiformes: Poeciliidae). Copeia 1997(4):663-679.

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Março/2017
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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