Channa andrao (Britz, 2013)
Ficha Técnica
Ordem: Perciformes — Família: Channidae (Canídeos)
Nomes Comuns: Snakehead “lal cheng”
Distribuição: Ásia, Índia
Tamanho Adulto: 10 cm
Expectativa de Vida: 10 anos +
Comportamento: predador
pH: 6.0 a 8.0 — Dureza: indiferente
Temperatura: 14°C a 28°C
Distribuição e habitat
Endêmico da bacia do Rio Brahmaputra no nordeste da Índia e oficialmente conhecido somente nas proximidades da cidade de Barobisha, embora espécimes oriundos de aquários pareçam sugerir a existência de pelo menos uma população adicional.
Barobisha encontra-se em uma área de planícies subtropicais entre os rios Raidak e Sangosh, ambos afluentes do Brahmaputra que exibem flutuações sazonais em volume e fluxo.
A área tem clima tropical úmido, com verões curtos e quentes de março a meados de junho, fortes chuvas entre junho e setembro e invernos relativamente suaves de outubro a março, embora a temperatura da água possa ser bastante fria (média de 15°C) devido à neve oriunda do Himalaia.
Descrição
O formato do corpo deste peixe permite-lhe deslocar-se por entre vegetação aquática e espessa. Cabeça grande, semelhante à de uma cobra, com os olhos na metade anterior.
Pouco se sabe da história natural desta espécie, embora durante os períodos secos é comum encontrá-lo em tocas, uma vez que os seu habitat pode ficar seco temporariamente entre as monções anuais.
Esta espécie estava disponível no aquarismo europeu e asiático antes mesmo de ser descrita oficialmente. Era negociado sob vários nomes como Channa sp. ‘Lal Cheng’, Channa sp. ‘Assam’, Channa sp. ‘blue bleheri’, Channa sp. ‘himalayanus’ e Channa sp. ‘red’.
Os nomes de seus congêneres válidos, mas distintos, tais como C. amphibeus , C. bleheri ou C. stewartii também foram atribuídos erroneamente a esta espécie no passado.
Pode ser facilmente confundido com C. bleheri, mas distinto por apresentar a base dorsal mais longa (64,6-68,8 vs. 59,7-63,7% SL) e uma estratégia reprodutiva baseada na incubação bucal (versus guarda de ovos flutuantes).
Os membros da família Channidae são comumente referidos como “snakeheads” devido à presença de grandes escamas na cabeça que são uma reminiscência das escamas epidérmicas (placas cefálicas) nas cabeças de cobras.
Todas as espécies do gênero Channa possuem aparelho de respiração complementar na forma de câmaras pareadas localizadas atrás e acima das brânquias. Embora estas não sejam labirínticas, mas são alinhadas com o epitélio respiratório. Estas câmaras permitem aos peixes respirar ar atmosférico e sobreviver em condições hipóxicas ou mesmo fora da água por um período considerável de tempo. Em aquários muitas vezes são vistos subindo para a superfície para tomar goles de ar.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável. A altura é pouco importante, mas deve ser superior a 30 cm.
Prefere aquário mal iluminado com uma camada de vegetação flutuante como Ceratopteris spp. Além de folhas e raízes espalhados pelo substrato.
É essencial manter o aquário bem tampado, sua capacidade de escapar é notória.
Importante haver oscilações na temperatura da água de acordo com a época do ano. Durante o período mais frio o peixe não requer muita alimentação.
Comportamento
Regra geral ficam melhor quando mantidos em aquários específicos para a espécie, embora C. andrao seja um dos menores peixes do gênero e de certa forma de comportamento mais pacífico comparado a seus congêneres.
Os indivíduos jovens podem ser mantidos juntos, mas geralmente começam a exibir um comportamento agressivo uns com os outros, à medida que se tornam sexualmente maduros. Isso varia um pouco entre os indivíduos, com as fêmeas tendendo a ser mais beligerantes do que os machos. Se formam um casal são geralmente pacíficos um para o outro mas hostis frente a outros da mesma espécie.
Reprodução
Ovíparo. Contrário a outras espécies do gênero que desovam em pequenos córregos em meio à densa vegetação, esta espécie é incubadora bucal paternal.
Formado o casal, a reprodução é similar aos Anabantídeos com o macho forçando a fêmea a liberar os ovos num ritual conhecido como “abraço nupcial”. O macho recolherá os ovos fertilizados em sua boca.
A incubação ocorre por cerca de três a cinco dias, mas pode demorar mais tempo especialmente em indivíduos mais jovens, menos experientes. O macho cuidará dos alevinos pelas próximas semanas seguintes, mesmo quando estiverem nadando livremente.
Dimorfismo Sexual
As fêmeas são maiores e possuem uma maior proporção de pigmentação vermelha no corpo do que os machos.
Os machos adultos possuem nadadeiras dorsais e anais ligeiramente mais estendidas e uma coloração azul mais extensa nas nadadeiras.
Quando vistos de cima, os machos adultos tendem a ter a forma da cabeça mais larga do que as fêmeas.
Alimentação
Carnívoro. Em seu ambiente natural se alimenta de peixes e insetos terrestres.
Em cativeiro poderá ter dificuldades em aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos ou congelados (mortos). Alguns espécimes podem vir a aceitar alimentos secos, porém esta nunca deverá ser sua dieta principal.
Juvenis e sub-adultos podem ser alimentados diariamente, enquanto espécimes adultos de duas a três vezes por semana será o suficiente.
Evite fornecer carne de mamíferos ou aviária, uma vez que alguns dos lipídios contidos nestes não podem ser devidamente metabolizados pelos peixes e pode causar depósitos de gordura em excesso e até mesmo degeneração de órgãos.
Etimologia: Channa; channe (grego) -es = uma anchova
Andrao; nomeado em homenagem a Andrew Rao, por seu apoio à exploração ictiológica da fauna de peixes de água doce da Índia.
Sinônimos: não possui
Referências
- Britz, R., 2013. Channa andrao, a new species of dwarf snakehead from West Bengal, India (Teleostei: Channidae). Zootaxa 3731(2):287-294
- Britz, R., 2008 – Ichthyological Exploration of Freshwaters 8(4) [for 2007]: 335-344
Channa ornatipinnis and C. pulchra , two new species of dwarf snakeheads from Myanmar (Teleostei: Channidae). - Britz, R., 2008 – Ichthyological Exploration of Freshwaters 8(4) [for 2007]: 335-344
Channa ornatipinnis and C. pulchra , two new species of dwarf snakeheads from Myanmar (Teleostei: Channidae). - Goswami, MM, B. Arunav and P. Janardan, 2006 – Journal of the Inland Fisheries Society of India 38(1): 1-8
Comparative biometry, habitat structure and distribution of endemic snakehead (Teleostei: Channidae) species of Assam, India.
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Março/2017
Colaboradores (collaboration): –
Olá Edson.
Parabéns pelo site, mas peço que faça uma correção. Na primeira foto, você indica o autor da espécie entre parênteses. Essa situação é só em alguns casos específicos, quando existe uma adequação taxonômica e a espécie é transferida para um outro gênero. Nesse caso, esse é o nome original da espécie e o autor aparece sem estar entre parênteses.
Não entendi, se refere ao nome “lal cheng”?