Goby de Nadadeira Laranja (Stiphodon maculidorsalis)

 

Stiphodon maculidorsalis  Maeda & Tan, 2013

Espécime macho de Stiphodon maculidorsalis

Nome Popular: Stiphodon de Nadadeira Laranja — Inglês: Orange-fin Stiphodon

Ordem: Perciformes — Família: Gobiidae (Gobídeos)

Distribuição: Ásia, Indonésia

Tamanho Adulto: 5.5 cm

Expectativa de Vida: desconhecido

pH: 6.5 a 7.6 — Dureza: desconhecido

Temperatura: 22°C a 28°C

Aquário Mínimo: 80 cm X 30 cm X 40 cm (96 L) — Exige água bem oxigenada. O substrato deverá ser preferencialmente arenoso e a decoração composta por troncos ou pedras formando cavernas e refúgios.

Comportamento & Compatibilidade: Apresenta comportamento pacífico com outras espécies, sendo os machos bastante territorialistas e agressivos entre si. Deve ser mantido com peixes de porte semelhante e de mesmas exigências.

Alimentação: Se alimentam naturalmente de algas bentônicas e micro organismos associados, possuindo boca com dentição projetada para esse propósito, incluindo dentes regenerativos. O disco pélvico é importante não apenas para manter sua posição na água, mas também é projetado para sucção que os permite aderir a superfícies duras e escalar declives íngremes, em alguns casos até mesmo em cachoeiras verticais ascendentes com rochas salientes.

Para o sucesso a longo prazo, é essencial fornecer um aquário maduro com um suprimento abundante de rochas cobertas de algas e outras superfícies. Se não for possível cultivar algas suficientes no tanque principal, ou se você tiver um aquário comunitário contendo numerosos peixes herbívoros que consomem rapidamente o que está disponível, pode ser necessário manter um recipiente separado para cultivar algas nas rochas e trocá-las com as do tanque principal periodicamente. O tipo de alga também é importante, eles possuem preferência por diatomáceas, cianobactérias e algas verdes, rejeitando algas mais duras como as petecas e filamentosas.

Alimentos vivos ou congelados ricos em proteínas podem ser oferecidos, mas só devem ser fornecidos esporadicamente, uma vez que seu intestino é projetado para processar matéria vegetal.

Reprodução: Sua reprodução em cativeiro é difícil devido à sua complexa estratégia reprodutiva anfídromo, na qual os adultos vivem e desovam em riachos de água doce, mas as larvas pelágicas pós-nascimento são levadas para o mar onde os alevinos passam a primeira parte de sua vida se desenvolvendo em condições marinhas. Quando atingem um certo estágio de desenvolvimento, começam a migrar rio acima, uma jornada que às vezes inclui subidas em quedas d´água ou outras obstruções.

As fêmeas são extraordinariamente férteis para seu tamanho e podem depositar até 10.000 ovos em uma única reprodução. Estes são minúsculos (~ 0,5 mm de diâmetro), piriformes e ligados a superfícies sólidas por filamentos, normalmente sendo colocados na parte inferior das rochas.

A desova é iniciada pelo macho que apresentará uma coloração intensa. Ele tenta persuadir as fêmeas para o seu local de desova escolhido, enquanto se defende dos rivais. A desova geralmente ocorre sob as rochas. Uma vez fertilizada, a massa de ovos, que pode chegar aos milhares, é guardada pelo macho durante o período de incubação que dura menos de 24 horas.

O saco vitelínico é absorvido em 3 a 4 dias e durante esse período eles devem alcançar o oceano, provavelmente a razão pela qual a incubação é curta, já que a eclosão precoce lhes dá uma chance melhor de sucesso. As larvas inicialmente ficam entre o plâncton em uma forma pelágica antes de chegar ao substrato dentro da zona de rebentação superficial.

Durante o período de frio entre dezembro e abril, a atividade das gônadas reduz consideravelmente em ambos os sexos e os peixes provavelmente param de se reproduzir, enquanto a alta temporada de reprodução ocorre entre junho a novembro.

Uma vez assentadas no substrato, as larvas começam a perder suas especializações temporárias, como a nadadeira caudal emarginada, e começam sua jornada rio acima para se juntar aos adultos. Eles podem precisar viajar vários quilômetros para o interior, muitas vezes em cachoeiras ou através de águas que fluem rapidamente.

Essa jornada pode levar vários meses, mas os peixes são sexualmente maduros dentro de um ano e, como sua expectativa de vida natural é de apenas dois anos, é provável que comece a desovar logo depois, se não imediatamente, na chegada aos criadouros.

Dimorfismo Sexual: Machos possuem cor base do corpo cinza a castanho amarelado com nadadeiras dorsal, caudal e anal de cor laranja claro ou amarelo. Os raios da primeira nadadeira dorsal são mais alongados e a segunda dorsal é escura margeada de azul na borda superior. O corpo também apresenta uma série de barras verticais escuras, cuja intensidade varia com a idade e o humor. As fêmeas são muito mais claras na coloração do corpo e enquanto a primeira nadadeira dorsal é laranja e não contém raios estendidos.

Biótopo: Ocorrem quase exclusivamente em riachos costeiros, frequentemente situados acima de cachoeiras ou cataratas. Isso os torna inacessíveis para a maioria dos peixes, embora outros Gobídeos e Eleotrídeos frequentemente ocorram simpatricamente.

Espécies do gênero Stiphodon que não possuem raios ou espinhos dorsais estendidos e apresentam a nadadeira dorsal arredondada tendem a frequentar riachos lóticos ou viver no nível superior das cachoeiras.

Em contraste, aqueles que possuem a primeira nadadeira dorsal mais alongada (“mais alta”) com um ou mais raios estendidos tendem a viver em riachos mais lentos e não escalam cachoeiras como parte de seu ciclo de vida.

S. maculidorsalis se enquadra neste último grupo, embora detalhes de seus habitats naturais não tenham se tornado disponíveis até o momento.

O substrato normalmente é rochoso, dispersos de pedras e rochas, enquanto a vegetação ripária e aquática geralmente não estão presentes. Todos os habitats contêm água muito clara e bem oxigenada que, aliada ao sol tropical, facilita o desenvolvimento de superfícies cobertas de biofilme.

EtimologiaStiphodon, do grego stifos, que significa “multidão, muitos”, e odon que significa ‘dentes’, em referência aos numerosos dentes compactos no lábio superior das espécies. Maculidorsalis, do latim maculosus, que significa “manchado”, e dorsalis que significa “dorsal”, em referência ao padrão de cor única desta espécie, compreendendo pequenas manchas escuras na cabeça e no dorso.

Sinônimos: não possui.

Informações adicionais: Distribuído a oeste de Sumatra na Indonésia, coletado nas províncias de Bengkulu, Sumatra Ocidental e Aceh.

Esta espécie é referida como S. sp. ‘orange fin’ or S. sp. ‘ST01’ antes de ser nomeado oficialmente, sendo uma das espécies do gênero mais comercializados comumente, embora muitas vezes em lotes contendo apenas um gênero, uma mistura de espécies, ou identificado erroneamente como S. zebrinus.

Espécime macho de Stiphodon maculidorsalis
Espécime fêmea de Stiphodon maculidorsalis

Referências:

  • Maeda, K. and H.H. Tan, 2013. Review of Stiphodon (Gobiidae: Sicydiinae) from Western Sumatra, with description of a new species. The Raffles Bulletin of Zoology
  • Keith, P., G. Marquet, and M. Pouilly, 2009 – Publications Scientific du Muséum d’Histoire Naturelle, Paris 31 (3): 471-483 Stiphodon mele n. sp., a new species of freshwater goby from Vanuatu and New Caledonia (Teleostei, Sicydiinae), and comments about amphidromy and regional dispersion.
  • McDowall, RM, 2009 – Reviews in Fish Biology and Fisheries 19(1): 1-8
    Early hatch: a strategy for safe downstream larval transport in amphidromous gobies.
  • Watson, RE and IS. Chen, 1998 – Aqua, Journal of Ichthyology and Aquatic Biology 3(2): 55-68
    Freshwater gobies of the genus Stiphodon from Japan and Taiwan (Teleostei: Gobiidae: Sicydiini).

Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Dezembro/2018
Colaboradores (collaboration): –

Sobre Edson Rechi 879 Artigos
Aquarista em duas fases distintas, a primeira quando criança e tentava manter peixes ornamentais sem muito sucesso. Após um longo período sem aquários voltou no aquarismo em 2004. Desde então já manteve diversos tipos de aquários como plantado, peixes jumbo, ciclídeos africanos, água salobra e amazônico comunitário. Atualmente curte ciclídeos e tetras neotropicais, além de peixes primitivos.

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