Crenuchus spilurus (Günther, 1863)
Ficha Técnica
Ordem: Characiformes — Família: Crenuchidae
Nomes Comuns: Tetra Vela — Inglês: Sailfin tetra
Distribuição: América do Sul, bacia Amazônica
Tamanho Adulto: 5.7 cm
Expectativa de Vida: desconhecido
Comportamento: pacífico, gregário
pH: 4.0 a 6.5 — Dureza: < 5
Temperatura: 24°C a 28°C
Distribuição e habitat
Sua ocorrência é tida no sistema do rio Essequibo na Guiana, mas também encontrado em grande parte da bacia Amazônica e do Orinoco, além de rios costeiros da Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
No Brasil é distribuído nos estados do Amazonas, Pará e Rondônia.
Encontrado em afluentes menores. Seu habitat é caracterizado por grandes quantidades de vegetação ribeirinha e a água é geralmente manchada na cor de chá devido às substâncias liberadas pela decomposição de matéria orgânica.
O fundo tende a ser coberto por ramos caídos, raízes de árvores e folhas.
Descrição
Pouco se sabe sobre sua biologia em seu ambiente natural.
Ao contrário da maioria dos characoids, esta espécie é tipicamente solitária e territorial.
O padrão de cor, a morfologia da nadadeira e o tamanho adulto são variáveis de acordo com a região onde é encontrado.
Criação em Aquário
Aquário com dimensões mínimas de 80 cm de comprimento e 30 cm de largura desejável.
O aquário deverá possuir preferencialmente substrato arenoso, além de raízes e plantas. Desta forma o peixe mostrará seu comportamento natural e exibirá cores mais chamativas. Esta espécie prefere ambiente com iluminação moderada.
A adição de folhas secas enfatiza ainda mais a sensação natural e, além de oferecer cobertura adicional para o peixe, traz consigo o crescimento de colônias de micro organismos à medida que ocorre a decomposição.
Estes podem fornecer uma fonte de alimento secundário valioso e as substâncias húmicas liberadas pelas folhas em decomposição também são consideradas benéficas.
Comportamento
Ao contrário da maioria dos pequenos tetras, esta espécie é tipicamente solitária e territorial. Devendo ser mantido solitário. Frente a outras espécies de peixes costuma ser tranquilo, podendo ser mantido em aquário comunitário.
Os machos adultos são territoriais até certo ponto, mas o dano físico é raro, desde que a decoração do aquário esteja disposta de tal forma quebre sua linha de visão.
Reprodução
Ovíparo. Apenas o macho protege os ovos gerados. Cerca de cem ovos são depositados no substrato pela fêmea e dispersos pelo macho. Reproduz, colocando ovos em pedras ou folhas submersas, formando uma espécie de ninho.
Os machos sexualmente ativos formam pequenos territórios temporários no centro de uma pequena caverna, normalmente formada a partir de folhas ou rochas, embora em aquários seja escolhida qualquer estrutura que seja adequada.
Eles então tentam atrair fêmeas nas proximidades para entrar na caverna através de exibições de suas nadadeiras coloridas. Os ovos são normalmente anexados a superfície da “caverna”.
A incubação ocorre de 36 a 48 horas com a eclosão e a natação livre em torno de 4-6 dias depois.
O macho continua a protegê-los com diligência durante esse período. Uma vez que os alevinos estiverem nadando livremente, o macho perderá o interesse pela proteção podendo praticar canibalismo se forem mantidos no mesmo espaço.
Dimorfismo Sexual
Os machos adultos são maiores, mais coloridos e desenvolvem nadadeiras dorsais e anais amplamente estendidas, enquanto as fêmeas são relativamente simples.
Alimentação
Carnívoro. As dimensões da boca confirmam seus hábitos predatórios. O conteúdo estomacal de espécimes selvagens da Guiana indica que sua alimentação consiste principalmente em larvas de Ephemeroptera, Copépodes e Ostracodas.
No aquário, pode aprender a aceitar alimentos secos de tamanho adequado, mas deve ser oferecido regularmente alimentos vivos ou congelados.
Etimologia: Crenuchus, do grego krenoychos = Deus das águas correntes.
spilurus: do grego antigo σπῖλος (spilos), que significa ‘ponto, mancha’, e οὐρά (oura), que significa ‘cauda’, em referência ao ponto escuro em seu pedúnculo caudal.
Sinônimos: não possui.
Referências
- Buckup, P.A., 2003. Crenuchidae (South American darters). p. 87-95. In R.E. Reis, S.O. Kullander and C.J. Ferraris, Jr. (eds.) Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS, Brasil.
- Planquette, P., P. Keith and P.-Y. Le Bail, 1996. Atlas des poissons d’eau douce de Guyane. Tome 1. Collection du Patrimoine Naturel Volume 22, MNHN, Paris & INRA, Paris.
- Rosa, D.C.O., B.E. Soares, M.P. Albrecht and E.P. Caramaschi, 2016. Length-weight relationship of 10 freshwater fish species in Amazonian streams, Trombetas River basin (Brazil). J. Appl. Ichthyol.
Ficha por (Entered by): Edson Rechi — Março/2018
Colaboradores (collaboration): –
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